Traição do Ex, Amor do Presente: Quem Governa Minha Vida? romance Capítulo 4

Ao pensar nisso, Filipa bateu à porta.

Quem veio abrir foi o Dr. Ferreira. Seu rosto demonstrava preocupação, como se as negociações não tivessem corrido bem. Ao vê-la, seus olhos brilharam, como se tivesse visto uma salvadora.-

Ele murmurou baixinho: “Até que enfim você chegou, minha salvadora!”

Filipa assentiu e, em seguida, olhou por sobre o ombro dele para dentro da sala.

No centro do sofá, estava sentado um homem, segurando um copo de bebida. Ele mantinha a cabeça baixa, ocultando o rosto, mas seus cílios longos, sob a luz, desenhavam silhuetas suaves sob os olhos.

Seus dedos batiam levemente no copo, de maneira quase inconsciente, e uma aura de mistério inominável pairava ao seu redor.

De repente, a silhueta se moveu.

No breve instante em que ele ergueu o olhar, Filipa foi surpreendida por olhos profundos e intensos, como um céu estrelado, mas com uma frieza cortante.

Seu coração vacilou fortemente; quase por instinto, ela desviou o olhar, sem coragem de encarar aqueles olhos.

A presença dele era realmente opressora.

Filipa recompôs suas emoções, curvou levemente os lábios e disse: “Dr. Ferreira, o vinho que o senhor pediu chegou.”

Enquanto falava, Filipa levantou uma garrafa de cachaça que havia guardado por muito tempo.

Sérgio, ao ver, levou um susto.

Meu Deus!

Não era aquela a bebida reservada para o noivado dela, que seria amanhã?

Ela estava gastando aquilo só para ajudá-lo na negociação. Que favor ela queria em troca, investindo tanto assim?

Ele forçou um sorriso desconfortável, convidou-a a entrar e, olhando para Adrien, explicou: “Esta é minha... parceira sênior, Sra. Machado.”

Adrien não se moveu, nem sequer respondeu, apenas colocou o copo sobre a mesa.

Sérgio pigarreou levemente.

Ela então voltou a si, serviu-lhe a bebida e apresentou: “Esta é uma cachaça que guardo há cinquenta anos. Talvez não seja tão refinada quanto os vinhos que o senhor já provou, Sr. Leitão, mas é o melhor que temos a oferecer. Por favor, experimente.”

Sérgio completou: “Na verdade, Filipa pretendia usar essa garrafa no próprio casamento, como bebida simbólica. Ao saber que seria o senhor, Sr. Leitão, ela decidiu oferecer mesmo assim.”

O olhar do homem recaiu sobre o copo, depois sobre os olhos levemente inchados de Filipa. Sem olhar com atenção, ninguém perceberia que ela havia chorado antes, pois seu sorriso era radiante.

Mas, naquele momento, ela parecia um gato que havia chorado até borrar o rosto.

O pomo de Adão de Adrien se moveu levemente; ele não pegou o copo, apenas ergueu uma sobrancelha, fitando-a sem desviar o olhar: “Ah, então a Sra. Machado está me convidando para brindar ao seu casamento, antes da hora?”

Sua voz, desgastada pelo tempo, era rouca e profunda.

Era extremamente agradável de ouvir.