Trocamos de Corpo! O Que Eu Faria Se... romance Capítulo 6

Cecília: Silêncio, o silêncio é ouro.

Foi então que a quarta tia Elisa retomou a conversa: "Vamos lá, irmão, aquele chip que você mencionou recentemente veio à tona com problemas na linha de produção, e agora o lote que entrou no mercado está sendo urgentemente recolhido. Eu me lembro que foi a família de Heitor Mendes que investiu, certo? Jantei com ele ontem, e ele estava tão preocupado que até surgiram mais rugas. Acho que este projeto que o Sérgio está tratando é muito bom, pode ser demorado, mas é confiável."

Pedro, contrariado, ficou com uma expressão um tanto quanto fechada, tentando argumentar algo, mas o primeiro tio Marcelo interrompeu os dois com voz firme: "Menos palavras de ambos os lados, vamos comer."

Cecília: Silêncio, o silêncio é ouro.

O pessoal da família Pires, provavelmente acostumado com o comportamento taciturno de Sérgio, não achando nada de errado, e rapidamente a conversa mudou de assunto. Cecília suspirou aliviada, continuando a comer silenciosamente.

Um banquete familiar nobre, com pratos tão variados e deliciosos!

Afinal, não é o meu corpo, não preciso manter a forma, vou aproveitar!

A família Pires não seguia o ditado de que não se deve falar enquanto se come ou se deve manter silêncio ao dormir, e o banquete mensal era justamente para agitar as coisas, então, entre risadas e conversas, os jovens da geração de Sérgio fizeram o Velho Sr. Pires rir alto.

Exceto pela questão do projeto levantada por Pedro no início, ninguém mais falou com Cecília.

Embora ela estivesse mais à vontade, ainda não conseguia evitar um sentimento de deslocamento, como se fosse uma estranha. Se até ela, uma alma desconhecida, sentia isso, o que Sérgio sentiria?

O celular vibrou e Cecília olhou para baixo para ver uma mensagem de seu próprio número: Cheguei à Vila Marina.

Ela limpou a boca, levantou-se para se despedir: "Vovô, vovó, surgiu um assunto urgente na empresa, preciso resolver agora, me desculpem."

O Velho Sr. Pires acenou indiferentemente, enquanto a Velha Sra. Pires franzia a testa: "O que é tão urgente que não pode esperar o jantar acabar?"

Cecília sorriu: "É realmente urgente. Vovó, assim que eu terminar, vou arranjar um tempo para voltar e jantar com a senhora."

O Pedro, sentado ao lado do Velho Sr. Pires, serviu-lhe um chá, suspirando: "O Sérgio está ainda mais magro desde a última vez que nós vimos. O negócio da empresa é demais, ele tem que se preocupar com tudo, agora não consegue nem fazer uma refeição. Na minha opinião, pai, você não deveria ter dado ao Sérgio um fardo tão pesado. Ele ainda é jovem, como pode lidar com tantas coisas, não acabe se esgotando."

Isso soou como se ele estivesse preocupado com ele, mas Cecília provou e sempre sentiu que algo estava errado.