Trocamos de Corpo! O Que Eu Faria Se... romance Capítulo 66

Tânia baixou a cabeça, demorou um bom tempo até finalmente dizer em voz baixa: "Eu entendi."

Passado um momento, ela ouviu seu irmão chamá-la pelo nome: "Tânia."

Ela ouviu aquela voz profunda e poderosa: "O que você quiser, o que precisar, pode me dizer. Eu sou seu irmão."

Tânia, com a cabeça baixa, mordia os dentes com força, evitando que os soluços escapassem.

Ela simplesmente apertou os dedos, assentindo levemente com a cabeça.

Quando o carro chegou ao condomínio, Cecília a acompanhou até o apartamento. Agora, com a senha alterada, não havia preocupações de invasões, e as medidas de segurança do condomínio eram reconfortantes. Ela parou na porta e disse: "Descansa logo."

Tânia segurou a maçaneta da porta, hesitando por um momento antes de finalmente se virar, como se tivesse tomado uma grande decisão, e chamou baixinho: "Hum, até logo, irmão."

Cecília não pôde deixar de sorrir, passando a mão sobre a cabeça dela: "Hum, entra."

Nos olhos de Tânia brilhava uma luz de felicidade.

...

Quando Cecília chegou em casa, viu que a sala estava novamente cheia de caixas de entregas. Nesse período, ela havia comprado o suficiente para redecorar a casa, trazendo um novo ar de vida ao espaço antes frio, não sentia mais o medo que tinha da primeira vez que chegou.

Após se exercitar e tomar banho, enrolou-se em uma toalha, vendo gotas d'água descerem pelos seus músculos abdominais, soltou um suspiro pesado.

Rapidamente, ela passou a mão sobre eles.

Era uma sensação incrível.

Não resistindo, tirou uma foto de seus abdominais de cima para baixo e enviou para Sérgio, após secar o cabelo e deitar na cama:

— Seu físico está sob minha ótima administração.

Sérgio, que recebeu a foto, estava com uma expressão maravilhosa no rosto.

Desde aquele Carnaval, quando tinha treze anos, sentado sozinho em uma casa grande e vazia, ligou para sua irmã do outro lado do mundo para desejar Feliz Carnaval, mas só ouviu seu choro e recusa em atender sua ligação, ele nunca mais falou com Tânia.

Ele não pôde prometer aos pais falecidos que cuidaria de sua irmã. Pois ele não conseguia nem amar a si mesmo, muito menos saber como amar os outros.

No entanto, ele reservou uma parte das ações da empresa para Tânia, esperando que, quando ela estivesse pronta, entregaria essa parte a ela. Esse dinheiro seria suficiente para ela viver luxuosamente pelo resto da vida.

Ele a protegeria dentro de suas capacidades, mas essa proteção era desprovida de emoção.

A irmã que, assim como os outros membros da família Pires, o desprezava, estava jantando com Cecília fora dos jantares familiares mensais?

Ele franzia a testa, sem conseguir entender completamente.

Cecília continuou:

— Sua irmã é bem fofa, só estava andando com algumas amizades de má índole, que a estavam levando para o mau caminho. Eu me livrei dessas pessoas para você, e vou cuidar mais da sua irmã daqui para frente!