Trocamos de Corpo! O Que Eu Faria Se... romance Capítulo 81

O Sr. Pires foi elogiado com inúmeras palavras de apreço ao longo da vida, mas nunca foi chamado de prendado.

Cecília também não sabia se ele estava irritado, só sabia que, enquanto comiam macarrão, ele não lhe dirigiu a palavra. Ela estava nervosa, e a cada garfada, lançava olhares furtivos em sua direção.

Sérgio Pires certamente percebeu seus pequenos gestos e, achando graça, finalmente falou: "Não estou irritado. Vamos! Coma em paz."

Cecília suspirou aliviada e, felizmente, pegou mais uma colherada de molho para seu prato.

Enquanto comiam, a porta de repente fez barulho, e Vitória Lima, que deveria estar com Débora Rocha na aula de natação para crianças, apareceu com Débora!

A pequena Débora chegou falando alto: "Mana, você está em casa? Débora voltou!"

Ela entrou correndo, descalça, com seus pezinhos gorduchos, e ao ver o homem desconhecido comendo com sua irmã, parou curiosa e inclinou a cabeça.

Vitória veio logo atrás e, ao ver os dois, seu rosto se iluminou com surpresa e alegria: "Sérgio!"

Sérgio tinha contado a ela sobre Vitória. Ter alguém de confiança cuidando da família certamente tranquilizava Cecília, que, controlando suas emoções, levantou-se e cumprimentou com um sorriso: "Tia Vitória, quanto tempo!"

Vitória, emocionada, seus olhos marejaram enquanto a examinava de perto, engasgando-se: "Você cresceu. Está mais alta. Mas não mudou muito. É a cara do seu pai. Sérgio, você sofreu tanto sozinho no exterior esses anos todos. A tia Vitória é inútil, não pôde ir atrás para cuidar de você. Me desculpe por seus pais."

Cecília segurou as mãos trêmulas dela, consolando-a com voz suave: "Tia Vitória, não é sua culpa. Sempre pensei muito em você. Está tudo bem agora?"

Vitória, entre lágrimas e sorrisos, respondeu: "Estou bem, estou bem. Mas você, minha querida..." Ela olhou para as duas tigelas de macarrão sobre a mesa e rapidamente disse: "Como podem comer só macarrão ao meio-dia! Sérgio, Srta. Rocha, esperem um pouco. Vou preparar alguns pratos rapidinho!"

Sem esperar resposta, ela correu para a cozinha para começar a cozinhar.

Débora ficou ansiosa: "Eu me comporto! Sou muito obediente!" Ela esticou suas mãozinhas tentando alcançar o braço de Sérgio: "Mana, não é verdade?"

Sérgio, sem piedade, retrucou: "Ontem à noite, chorou enquanto escrevia. Isso é ser obediente?"

Débora imediatamente começou a chorar alto: "Mas aquela letra era realmente difícil!"

Cecília não teve nenhum pingo de simpatia e riu alto.

Entre risadas e lágrimas, Vitória terminou de cozinhar. Ela foi rápida e não os fez esperar. Sérgio olhou para os pratos de ovo mexido com camarão ao molho de soja e brotos de bambu com nozes, seus favoritos da infância.

Quando finalmente se sentaram para comer, Vitória ficou um pouco nervosa.