Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1023

Dionísio: "Não. Nunca ninguém mencionou isso diante de mim."

"Não é de admirar, naquela época você não só tinha que estudar biologia, mas também aprender física por conta própria, atuando como duas pessoas, além de trabalhar em projetos com orientadores de ambos os campos após as aulas. Onde encontraria tempo e energia para se preocupar com trivialidades?"

Além disso, ele sempre foi solitário, mantendo uma distância dos outros estudantes da turma.

Admiração não faltava, mas amizade pessoal, sim.

Quem ousaria falar sobre essas coisas na frente dele?

Dionísio: "Você não disse isso para a Joana agora, disse?"

Márcia acena com a cabeça: "Disse sim."

"..."

"Dionísio, será que causei problemas?" A pequena Velha Senhora, que nunca ficou nervosa em tantos congressos acadêmicos, agora sentia-se ansiosa.

"Mas," ela mudou de tom, "parece que Joana está agindo normalmente, então provavelmente não se importará. Quem não tem um passado?"

Apesar dessas palavras, Dionísio ainda sentia uma preocupação interna.

Depois de sair do escritório, ele ficou atento ao humor da Joana.

Como Márcia dissera, tudo parecia normal.

Até que...

Quando ele a convidou para ver os presentes juntos, ela recusou.

O objetivo de Dionísio era aproveitar a oportunidade para trazer à tona "Leonor" e então esclarecer as coisas, para evitar qualquer mal-entendido.

Mas a reação de Joana não mostrava sinais de ressentimento, e ela nem parecia se importar com os rumores sobre ele e outra garota no passado.

Ela não mostrou qualquer curiosidade pelo baú de metal e pelo presente que Leonor lhe deu, que estava dentro.

Isso...

É uma reação normal de uma namorada?

Ou será que...

Ela já estava irritada, e ele simplesmente não percebeu?

Até que Dionísio, após tomar um banho e deitar-se na cama, continuou perturbado por essa questão sem chegar a uma conclusão clara.

De repente, ele se levantou, foi até a sala e tirou o presente de Leonor do baú, abrindo-o.

Um castiçal.

Dionísio o examinou e não encontrou nenhum bilhete ou cartão.

Era apenas um castiçal muito simples e comum.

Ele respirou aliviado.

"Não é à toa que cheira tão bem..." Ela disse, caminhando em direção à cozinha.

Em breve, os croissants frescos saíram do forno.

Estavam com uma cor linda, no ponto certo, e a forma de "croissant" estava especialmente profissional, comparável aos da padaria.

Joana provou um: "Está delicioso. Podia vender isso."

Dionísio lhe passou o leite aquecido: "Se gostou, pode comer mais."

"Você também sabe fazer pães?"

"Aprendi com vídeos curtos na internet." Ele apontou para o celular.

Joana levantou o polegar em aprovação.

Depois do café, enquanto se preparavam para sair, passaram pela mesa de centro na sala, onde estava uma caixa aberta e um monte de papéis de embrulho espalhados.

Supostamente, algo tão óbvio não deveria passar despercebido.

Especialmente para alguém atenta como ela.

No entanto, Joana passou direto, indo em direção à entrada.

Quando estava prestes a sair, Dionísio falou de repente atrás dela—

"Eu abri o presente que Leonor me deu ontem à noite."