Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1047

Joana falou com tranquilidade: "Foi brinde do supermercado na compra de sabão líquido. Não percebi o tamanho, mas dá para usar."

Ela estava sendo sincera.

"Vamos lá, Dionísio, que tal uma partida?" Fernando riu, já ansioso para começar.

"Claro." Dionísio concordou prontamente.

Os dois jogaram de oito e meia até onze horas.

Joana, sentada ao lado, já tinha lido vários artigos e os dois continuavam sem dar sinais de parar.

Tânia assistiu por alguns minutos e depois foi para o quarto com o laptop para trabalhar.

Quando terminou de digitar seis mil palavras e voltou, os dois ainda estavam concentrados, como se nada tivesse mudado desde algumas horas antes.

Tânia suspeitava que eles nem sequer tinham ido ao banheiro.

Mas o que realmente a surpreendeu foi Joana—

"Joana, você ainda está aqui? Antigamente, você não tinha paciência para assistir a uma partida de xadrez."

Afinal, quem melhor do que uma mãe para conhecer a filha?

Joana realmente não tinha paciência para assistir a jogos de xadrez. Antes, na casa dos Marques, quando Dionísio e o Velho Senhor jogavam, ela não aguentava e subia para tirar uma soneca.

Mas agora...

Era diferente.

Afinal, naquela época, Dionísio ainda não era seu namorado.

Agora ele era, então ela tinha que ficar de olho, certo?

Joana: "Ultimamente, acho xadrez bem interessante."

"É mesmo? Seu pai joga há anos e você nunca se interessou. Como pode mudar tão de repente?"

Felizmente, Tânia não insistiu no assunto, e logo se dirigiu a Fernando—

"Quando essa partida terminar, é melhor pararmos. Você pode dormir até tarde amanhã, mas Dionísio tem que acordar cedo para trabalhar."

"Combinado, depois desta partida."

Finalmente, meia hora depois, o resultado estava decidido.

Ele olhou atentamente por alguns segundos e então deu uma palmada na perna—

"Foi um descuido! Vamos de novo, foi um erro bobo, da próxima vez não vou cometer..."

Tânia pigarreou.

Ele estava tão intenso, enquanto ela mantinha a calma.

Dionísio sentiu seus olhos escurecerem, intensificando ainda mais o beijo.

Ele queria envolvê-la, atraí-la, seduzi-la.

Mas a iniciativa não parecia voltar para suas mãos, Joana continuava a sorrir serenamente—

Ele acelerava, ela acelerava, ele diminuía, ela diminuía.

Dionísio sentiu-se momentaneamente desanimado, mas no segundo seguinte—

"Ah..."

Um suave gemido escapou.

Os olhos dele, antes apagados, brilharam novamente.

"Joana... Joana..."

Nesse momento, uma voz se aproximava: "Joana? Dionísio já foi embora?"

Com passos cada vez mais próximos, ambos respiravam cada vez mais rápido.

Finalmente, um segundo antes dos passos se aproximarem, Dionísio a soltou, abriu a porta rapidamente e retirou a chave, colocando-a na mão de Joana.