Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1056

Durante o jantar, Dionísio encontrou várias vezes o olhar de Fernando.

Naqueles olhos... como descrever?

Havia uma mistura de observação, curiosidade e uma leve sombra de seriedade e escrutínio.

Completamente diferente do jeito que Fernando costumava olhá-lo.

Dionísio manteve-se calmo, ou pelo menos parecia calmo por fora, enquanto servia Joana, ao mesmo tempo cuidando de Tânia e Fernando.

No fim, provavelmente sem conseguir decifrar muito, Fernando acabou desviando o olhar e concentrou-se na comida.

Ao baixar os olhos, percebeu que em seu prato havia dois camarões já descascados.

Olhou para a pilha de cascas de camarão na frente de Dionísio e pensou: bem...

Pela primeira vez na vida, estava comendo camarões descascados por outra pessoa. A sensação era... estranha, mas talvez... boa?

Quando a palavra "boa" passou por sua mente, Fernando ficou instantaneamente rígido.

"Não, não, não, ainda estamos longe disso, como pode ser bom assim?"

Ainda precisa ser avaliado! Sim, ainda precisa ser avaliado!

Depois de comer, Dionísio prontamente começou a recolher os pratos, levando-os para a cozinha.

Fernando não se importou em insistir, apenas fez um gesto simbólico de cortesia:

"Pode deixar."

"Como posso deixar um convidado fazer isso?"

Dionísio declarou de imediato: "Eu não sou um convidado, faço isso normalmente, vá para a sala assistir televisão."

"Então... tudo bem." Fernando foi para a sala, satisfeito.

Assim que se sentou, viu Tânia desembrulhando um presente.

"O que é isso?" Ele perguntou, curioso.

Tânia tirou um estojo de veludo, do tamanho da palma da mão, e ao abri-lo, um par de brincos de rubi apareceu.

O vermelho era como sangue fresco, e sob a luz, brilhava intensamente.

"Caramba, tão vermelho!" Fernando exclamou.

Tânia não resistiu e pegou os brincos para examiná-los de perto, e quanto mais olhava, mais o sorriso em seus lábios se alargava: "Sangue de pombo?"

Joana ficou surpresa: "É mesmo? Deixe-me ver."

Diante disso, Fernando não conseguiu mais ficar parado.

Levantou-se e foi até a sala de jantar: "Vou ver o que ele me deu..."

Pegou a sacola de presente que havia sido esquecida ao lado da mesa e, enquanto a abria, voltou para a sala.

"O que é isso?"

Ele tirou um envelope de couro do saco e continuou procurando, para ver se havia algo mais.

No entanto, não havia mais nada.

A sacola de presente continha apenas o envelope.

Fernando: ???

Será que ele tem algum problema comigo, ou será que ele tem mesmo algum problema comigo?

Tânia sugeriu: "Será que é algum artigo raro?"

Fernando, desconfiado, perguntou: "Existem mesmo coisas assim?"

Enquanto falava, abriu o envelope e de dentro dele tirou algo que parecia um contrato.