"Psiu—O Sr. Matos anda com uns horários de trabalho tão estranhos ultimamente... Quem não souber, vai achar que ele está buscando filhos na escola..."
"Para com isso, o Sr. Matos nem casado é, de onde ia sair criança—"
"Espera! Amigo, você percebeu o detalhe!"
"Lembra daquele casamento do ano passado? Ouvi de um diretor que foi ao evento que uma criança entrou na cerimônia pilotando uma motoquinha elétrica e gritou ‘papai’, aí... o casamento acabou."
"Depois disso, a família da noiva não falou nada, se mostrou super tranquila, até defendeu a família Matos em público, sem fazer nenhuma crítica ou reclamação. Tá na cara que fizeram um acordo de silêncio."
"Nem fala! Sério, nem começa! Depois fui tentar descobrir mais sobre isso e todos os diretores ficaram de boca fechada, como se tivessem uma faca no pescoço."
"Você está querendo dizer que... o nosso Sr. Matos pode mesmo ter um filho?"
"Psiu—"
Todos prenderam a respiração, surpresos.
Às cinco da tarde, Sílvio buscou as duas crianças sem problemas.
"Papai, hoje é você de novo que veio buscar a gente?"
Sílvio: "Por quê? Não quer que eu venha?"
Euzébio: "Claro que não! Todo dia eu queria que fosse você, mas a mamãe disse que você é muito ocupado, que não tem tanto tempo livre."
Sílvio arqueou a sobrancelha: "E o que mais sua mamãe disse?"
"Ahm..." O pequeno pensou um pouco, "A mamãe falou também que, se atrapalhar muito o seu trabalho, no futuro eu e o Benito vamos receber menos herança."
"..."
"E mais?"
"A mamãe também disse que agora a lei no Brasil é muito boa, mesmo não tendo o sobrenome Matos, ainda assim a gente tem direito à herança."
"..."
Sílvio: "Sua mãe só pensa em dinheiro."
Euzébio assentiu: "É, mamãe é mão-de-vaca."
"..."
Assim que chegaram à casa antiga, os dois já foram direto para a pista de patinação.
Colocaram os equipamentos e começaram a brincar.
Depois de uma hora, tomaram banho, trocaram de roupa e chegaram bem na hora do jantar.
Talvez porque tenham brincado muito, os dois comeram com grande apetite.
Euzébio: "Papai, você não vai entrar com a gente?"
Sílvio voltou ao presente, "...Claro."
Carregando os dois, apertou a campainha. Logo a porta se abriu.
Plínio apareceu sorridente: "Oi, Sr. Matos, mais uma vez obrigado. As crianças não deram trabalho, né?"
Sílvio evitou o aperto de mão: "Filho da gente, por mais bagunceiro que seja, nunca dá trabalho."
"..."
Depois de entrar, Sílvio não foi além do hall e nem olhou para o interior da casa.
Deixou as crianças no chão e sorriu: "Vou indo, até amanhã."
Dessa vez, antes que Euzébio pudesse falar, Benito se adiantou: "Papai, não quer ficar mais um pouco?"
"Não, obrigado."
"Mas a mamãe ainda não chegou..." Euzébio falou baixinho.
Sílvio fez um gesto com a mão: "Melhor não, vou indo."
"Por que não quer esperar? Eu sou tão indesejável assim?"

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Adeus Sem Perdão
Gente, agora tem que pagar?...
Não vão mais atualizar?...
Atualizações?...
E as atualizações?...
atualizações pls!!!...
Aguardando mais atualizações!!!...
Por favor mais capítulos!🙏🙏...
Cadê as atualizações!!!?...
Onde estão as atualizações? 🙏🙏...
Ansiosa por mais capítulos! 🙏🙏🙏...