Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1382

Não era difícil investigar, bastava começar pela estrutura acionária da Editora Dez Direções e, seguindo o fio, esclarecer quem eram os verdadeiros sócios por trás.

Depois, era questão de ir eliminando possibilidades, até rapidamente chegar ao alvo.

"...Cristalina Financeira?"

Joana assentiu, manuseando o tablet enquanto explicava para Tânia: "É um fundo criado há menos de dois anos, bastante badalado no círculo de venture capital. Eles apostaram no setor audiovisual, se associaram cedo a celebridades de grande apelo, ganharam notoriedade rapidamente e conquistaram seu espaço para atuar na área."

"Desta vez, de olho na Áurea Filmes, provavelmente querem uma entrada no mercado cinematográfico e no jogo de adaptações de IPs. Além disso..."

Joana deslizava rapidamente o dedo pela tela, lendo com agilidade: "Pelo que vi das movimentações desse fundo no ano passado, a estratégia deles já estava em curso desde então."

Tânia perguntou: "E qual é a relação desse fundo com a Editora Dez Direções?"

Joana respondeu: "Qinglian é o maior acionista da Editora Dez Direções."

Não é de se estranhar...

Tânia finalmente entendeu.

Jerônimo não tinha medo de perder a parceria com ela porque queria, mas porque, mesmo temendo, estava de mãos atadas.

O capital por trás estava mirando na Áurea Filmes; por mais que temesse um rompimento com Tânia, ele jamais abriria mão de Álvaro, seu trunfo, num momento tão crítico.

Assim, acabou inevitavelmente numa situação de impasse.

De um lado, o capital pressionava; do outro, sua fonte de renda ameaçava. Não podia desagradar nenhum dos dois lados, e no fim, acabou ficando no meio do fogo cruzado, levando bronca de ambos.

Joana continuava navegando pelo tablet, cada vez mais rápido: "Deixe-me ver quem está por trás desse fundo..."

De repente, seu olhar se fixou na tela, e ela parou.

"...Joana?" Tânia chamou, um pouco hesitante. "O que foi? Quem está por trás desse fundo?"

Joana respondeu: "...Verde Floresta Capital."

Se não estivesse enganada, o maior acionista da Verde Floresta Capital era... Laura!

...

Em outro lugar, Jerônimo, ao voltar para o escritório, extravasou sua raiva destruindo objetos.

Depois, chamou o editor-chefe e despejou toda sua frustração nele:

"...Quem te deu permissão para aceitar passar de dez para dois anos de adaptação?! Álvaro insistiu? Se ele insiste, você só acata? Então para quê serve o editor-chefe? Deveríamos pôr o Álvaro no seu lugar, então?!"

O editor-chefe permaneceu em silêncio e, naquela mesma tarde, entregou sua carta de demissão.

"...Demissão?! Você tem certeza do que está fazendo?!"

"Sr. Jerônimo, já venho pensando nisso há tempos. Não é uma decisão impulsiva."

Jerônimo, sentado no escritório revirado, soltou uma risada sarcástica: "Há tempos? Te dei uma bronca de manhã e à tarde você já entrega a carta, isso é pensar por muito tempo? Pense bem: aqui na Editora Dez Direções você é editor-chefe, recebe um ótimo salário. Se for para outra empresa, terá que começar do zero. Não sei se devo te chamar de ingênuo!"

O editor-chefe sorriu: "Prefiro recomeçar a qualquer hora do que correr o risco de, de repente, ser acusado de aceitar suborno e acabar no tribunal."

"O que está vendo?"

Joana se virou, franziu levemente a testa ao notar: "Por que não secou o cabelo de novo? O tempo está ficando cada vez mais frio, não estamos mais no verão... Não tem medo de pegar um resfriado?"

O homem coçou o nariz e respondeu: "Vou secar agora." E foi obedientemente cuidar do cabelo.

Ter cabelo curto era prático — em menos de dois minutos, já estava seco.

Dionísio voltou, sentou-se ao lado dela e aproximou a cabeça: "Pronto, sequei. Quer conferir?"

Ela passou a mão: "Eita! Espetado—"

Dionísio riu: "Ah, ouvi dizer que sua mãe chegou em Brasília?"

"Sim, chegou ontem. Hoje até a acompanhei para encontrar uma pessoa."

"Quem?" Dionísio perguntou distraidamente.

Joana hesitou por um momento, mas logo decidiu: "Professor, tem uma coisa que preciso te contar."

"Hum? O que foi?"

Joana não escondeu nada, nem tentou suavizar os fatos. Contou a história de Álvaro do início ao fim, sem omitir detalhes.

Dionísio ouviu tudo em silêncio, sem responder imediatamente.

Depois de alguns segundos, perguntou: "E você, acha que minha mãe teve que papel nessa história?"