Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 139

"Um escritor que não consegue produzir obras, nem gerar vendas, ainda é um escritor?"

Tânia também ficou irritada: "Eu tenho muitas ideias, mas você..."

Gisele interrompeu diretamente: "Suas ideias não têm nada de especial, não têm atrativos comerciais, escrevê-las seria apenas desperdiçar tempo e ISBNs, não venderiam de jeito nenhum! Você acha que ainda é aquela 'Rainha do Suspense' tão procurada?"

"Para ser franca, você já está fora de moda! Tânia, você precisa encarar a realidade e se conhecer melhor!"

"Mãe!" Joana não aguentou ouvir mais e avançou de trás das prateleiras.

Tânia rapidamente segurou as lágrimas que brilhavam em seus olhos e forçou um sorriso: "Trouxe?"

Joana balançou o tempero que tinha na mão, "Aqui. Acho que já está ficando tarde, papai deve estar voltando da escola, vamos rápido pagar e ir para casa?"

"Certo."

"Então, tia Gisele, vamos nessa." Joana se despediu em nome da mãe.

Porque ela sabia que Tânia estava definitivamente muito triste, sem vontade de enfrentar a pessoa que a fez sentir-se assim.

Gisele sorriu levemente: "Tudo bem, eu ainda quero dar uma olhada por aqui."

Depois, olhou para Tânia: "Pense bem no que eu disse. Afinal, somos velhas amigas e colaboramos por tantos anos."

Tânia baixou os olhos, sem dizer uma palavra.

Joana pegou o carrinho de compras, levando-a para longe.

"Mãe, você e aquela... tia assinaram um contrato de dez anos, certo?"

"Sim."

"Se não me engano, este ano deveria ser o último, certo?"

Tânia fez as contas, "Realmente é."

"O que você acha dela?"

Tânia ficou em silêncio por alguns segundos, então disse: "...Ela ainda é muito profissional."

Mas quando finalmente completou dezoito anos, Joana já não tinha mais interesse em abrir as obras de sua mãe.

Depois de se formar na universidade, nos inúmeros dias esperando Ricardo voltar para casa, foi que ela leu esses dois livros.

Não havia como negar, sua mãe era um gênio do suspense!

Desde a lógica, até a configuração do mistério, passando pelas reviravoltas na trama, tudo formava um ciclo fechado perfeitamente impecável.

Não era à toa que esses dois livros ainda estavam nas listas dos mais vendidos.

Mas nos últimos dez anos, sua mãe não publicou mais nenhuma obra de suspense, e embora Joana achasse estranho, nunca havia investigado a razão.

Até hoje, ao ver a editora de sua mãe, ela parecia ter descoberto onde estava o problema.

Uma editora podia usar um conjunto completo de DIOR? E carregar uma bolsa Birkin de pele de crocodilo da Hermès?

Que editora era essa, tão lucrativa?

Como ela não sabia disso?