Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1402

Dionísio Matos ficou em silêncio por um instante antes de voltar a falar: "...Não está muito bom."

O resultado da biópsia saiu, confirmando que o tumor era maligno.

Felizmente, era um caso inicial, sem metástase à distância e sem invasão aos órgãos importantes ao redor.

Após a cirurgia de remoção, a taxa de sobrevida em cinco anos poderia chegar a 60%-80%.

No entanto, a patologia indicou fatores de alto risco — margem cirúrgica positiva — e seria necessário quimioterapia posteriormente para controlar o risco de recidiva local.

Karina ficou atônita.

Por um momento, não sabia ao certo o que sentia.

Anos dividindo a família com Laura Gomes, nunca se deram muito bem, sempre competindo em silêncio desde a juventude e, mesmo agora, já idosas, continuavam sem se tolerar completamente.

Mas, sempre que era preciso se unir contra terceiros, as duas conseguiam se apoiar, ao menos temporariamente, em uma trégua cordial.

Na frente de estranhos, tinham o instinto de proteger uma à outra, mas bastava se encontrarem, e já pareciam dois galos de briga.

Karina: "...A Viviane está ocupada demais para sair agora, não posso ir pessoalmente fazer uma visita. Você poderia transmitir um recado meu para ela?"

"Tia, pode dizer."

"Diga para ela ouvir os médicos e se tratar direitinho. Ela foi forte a vida toda, não pode deixar uma doença dessas vencê-la. Se ela realmente tombar por causa disso, então não seria mais a Laura que conhecemos."

Dionísio assentiu: "Tudo bem, transmitirei o recado."

...

Joana esperou Viviane terminar a refeição, e as duas assistiram juntas a mais dois episódios de um reality de namoro. Quando Viviane começou a bocejar de sono, Joana se despediu.

No corredor, Karina segurou sua mão: "Querida, você foi muito atenciosa. A Viviane tem muita sorte em ter uma amiga como você. Ontem..."

Aqui, seus olhos marejaram, mas, por fim, conseguiu conter a emoção: "Ontem, graças ao seu aviso rápido, eu e o pai da Viviane chegamos a tempo e evitamos algo ainda pior. Joana, muito obrigada mesmo."

"Tia, não diga isso. A Viviane é minha melhor amiga. Faço tudo apenas porque quero vê-la bem."

"Sim, ela vai ficar bem. E tem mais uma coisa que achei melhor te contar antes..."

Joana a olhou, confusa.

...

Ao sair do hospital, Joana estava um pouco absorta.

As palavras de Karina ainda ecoavam em sua mente:

"Dionísio esteve aqui há pouco, mas não quis atrapalhar você e a Viviane, então não entrou."

"A mãe dele recebeu o laudo: o tumor é maligno, carcinoma tímico em estágio inicial. Salvo imprevistos, ela deve passar por um tempo de quimioterapia e, provavelmente, vai passar boa parte do futuro internada."

"Fomos cunhadas por décadas. Em certos aspectos, conheço ela melhor que qualquer um. Minha cunhada Zélia é extremamente inteligente e de personalidade fortíssima. Ela sabe tirar vantagem das situações, ou transformar fraquezas em pontos fortes para alcançar seus objetivos."

"Eu sei que ela não aprova você com o Dionísio. Você é uma ótima menina, mas, às vezes, não seja tão rígida consigo mesma, pense um pouco em você."

Na manhã seguinte, saiu cedo para o laboratório.

Trabalhou normalmente, continuando seus experimentos.

Tudo estava sob seu controle, sem nenhum desvio.

...

No primeiro dia de dezembro, a Capital finalmente viu os primeiros flocos de neve.

Viviane cumpriu sua quarentena pós-parto e, finalmente, pôde sair de casa.

Joana foi buscá-la de carro.

Viviane vestia um casaco de plumas, estava com um cachecol enrolado no pescoço, sem maquiagem, mas com aparência ótima.

Dava para perceber que estava sendo bem cuidada pela família.

"Ué? Cadê meu irmão? Não vi ele por aqui."

Joana ficou um pouco surpresa.

"Ele está ocupado."

Fazendo as contas, já fazia meio mês que ela não via Dionísio.