Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1417

Joana ficou em casa até passar o Ano Novo antes de voltar para a Capital.

"Joana—"

Assim que passou pela catraca, ouviu uma voz familiar.

Dionísio estava ali perto, com um sorriso nos olhos.

Joana caminhou sorrindo até ele, e ele prontamente pegou a mala de sua mão.

A cumplicidade construída pelo tempo fez com que, naquele momento, não precisassem trocar palavras; tudo era natural e harmonioso.

Dionísio puxou a mala com uma mão e segurou a dela com a outra.

"Vamos comer primeiro, depois vamos para casa."

Joana olhou para ele, sorrindo: "Você já organizou tudo?"

"Com certeza."

...

No segundo dia após retornar ao Rio, Joana não conseguiu ficar parada e foi ao laboratório.

Betânia e Kléber Blanco ainda estavam em Salvador, não tinham voltado.

Ouviu dizer que, desta vez, na cerimônia da família, Betânia foi a única mulher permitida a entrar, e Kléber foi o único de sobrenome diferente autorizado.

Poder é realmente uma coisa boa.

Sem precisar falar, sem discutir, sempre há quem fale por você, quem argumente em seu favor.

As palavras de Betânia foram—

"irmã Joana, você não sabe como as minhas tias, primas, as cunhadas e os primos olhavam para mim... Aquilo era pura inveja misturada com admiração, raiva e respeito ao mesmo tempo."

"E mais! Minha mãe ficou tão feliz, mais do que quando recebemos o dinheiro da indenização da casa! Até a voz dela ficou mais alta com as tias, e ela anda com as costas retas, cheia de orgulho."

"Enn... na verdade tem mais uma coisa... Eu descobri que o Kléber, em particular, procurou meu pai para conversar, perguntando sobre os costumes de noivado aqui em Salvador, o que precisa preparar, quanto mais ou menos de dote... Você acha que ele me perguntou? Não, foi direto falar com meu pai!"

"Mas eu não posso nem ficar brava, porque ouvi escondida... Ai, que dilema... E se ele realmente me pedir em casamento? E se... ele achar que só porque meu pai concordou, já está tudo certo e nem vai me pedir em casamento de verdade?"

"Ai, pedir não pode, não pedir também não pode, que confusão..."

Joana ouviu pacientemente seus desabafos e fez o papel de boa ouvinte.

Betânia, na verdade, não esperava uma resposta, então não era necessário responder.

De repente—

"irmã Joana, se o Prof. Matos te pedisse em casamento, você aceitaria?"

"irmã Joana? irmã Joana? Tá ouvindo?"

"... Desculpa, Betânia, aqui vai sair uma leva de dados."

"Hã? Não acredito! Você está no laboratório agora?!"

"Sim."

"Meu Deus! irmã Joana, você é muito dedicada! Vou contar isso pro Kléber, vai lá cuidar dos seus dados."

"Tá bom. Tchau."

"Tchau~"

Na hora do almoço.

Marcelo Rocha apareceu do nada, como um fantasma: "Ué! Quando você chegou?"

Ele tinha ficado a manhã inteira lá dentro, então não sabia que Joana estava ali.

Quando voltou, encontrou o professor vizinho—

"Joana, hoje está sozinha de novo? E o Dionísio? Já faz tempo que não o vejo. Antes das aulas começarem já está tão ocupada assim?"

Joana assentiu sorrindo: "Bastante ocupada."

"Jovem tem é pique mesmo! Diferente de nós, já estamos ficando velhos..."

De volta ao apartamento, Joana tirou o casaco grosso, assoprou as mãos para se aquecer.

Vendo que já era hora, sentou-se no sofá, pegou o celular e ligou para Márcia.

"Professora! Como está hoje? Melhorou?"

Depois de mais de duas semanas de repouso, Márcia vinha se recuperando.

Uma semana atrás, já tinha recebido alta.

Agora, estava hospedada numa casa de repouso organizada por Felipe, junto com outra professora que também se recuperava de uma cirurgia de apendicite.

Ela queria voltar direto para a ilha, mas Joana a convenceu do contrário, e assim, acabaram se entendendo.

Márcia: "Você já sabia de tudo?!"

Joana fungou: "O que eu quiser saber, eu acabo sabendo! Prometeu não esconder nada de mim, mas na hora do aperto sumiu..."

Ouvindo o tom emocionado de Joana, Márcia se apressou em pedir desculpas: "Da próxima vez não escondo! Prometo!"

Joana respondeu: "... Tá bom, dessa vez passa."

Assim que a videochamada conectou, Joana viu a face corada de Márcia.

E, atrás dela, estava Felipe, sorrindo discretamente.