Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1442

Joana fez uma pausa antes de responder: "Ultimamente, tem sido assim."

"Por que não faz em casa? Antes, você e o Prof. Matos sempre preparavam tudo em casa e traziam pra cá, não era?"

"Eu… mudei de apartamento. O inquilino anterior não cozinhava, então não tinha gás encanado. Eu solicitei a instalação anteontem, mas acho que ainda vai demorar uns dois dias."

"Oi?" Betânia ficou chocada, esquecendo até de mastigar o pastel que estava na boca.

Mudou de apartamento?

Por que mudou de apartamento?

Kléber, ao ouvir isso, também não pôde deixar de olhar para Joana.

Ela apenas murmurou um "ah", com tom tranquilo: "Não estava mais adequado, então troquei. Agora que me formei, devo passar a maior parte do tempo no laboratório, então escolhi um lugar mais perto."

"E o Prof. Matos, como fica?" Betânia perguntou no impulso. "O laboratório dele fica na Universidade B, que é bem longe daqui. Ele também vai se mudar?"

Joana balançou a cabeça: "Não vai."

"Então…"

"Nós terminamos."

Betânia: "?!"

O pastel caiu direto no prato sem nem ser mastigado.

Até Kléber quase deixou os talheres caírem.

Eles trocaram olhares e viram o espanto refletido nos olhos um do outro.

Betânia: Como assim?!

Kléber: Não duvide, foi exatamente isso que você ouviu!

Joana olhou para os dois e sorriu levemente: "Já terminei de comer, aproveitem vocês."

Dizendo isso, levantou-se e saiu.

Durante toda a tarde, Betânia permaneceu calada.

Estava claramente imersa na notícia bombástica do término entre a irmã Joana e o Prof. Matos, sem conseguir se recompor.

O sol se pôs, encerrando mais um dia cheio.

Betânia e Kléber foram embora juntos.

"Irmã Joana, não fique até muito tarde," lembrou Betânia antes de sair.

Joana acenou com um sorriso: "Pode deixar."

Verdadeiro raio de sol.

Nem avisa, pra eu me preparar…

Chato!

Então tá… não terminar, não termina. Hihi!

……

Joana arrumou tudo e, quando saiu, já era noite fechada.

Assim que passou pelo portão, um Bentley apareceu numa derrapagem e parou bem à sua frente.

Joana olhou para aquele carro de luxo, nada familiar, e se perguntou quem poderia estar vindo ao laboratório dela, e logo àquela hora.

No instante seguinte, a porta do motorista se abriu por dentro e, primeiro, apareceu uma longa perna vestida de calça social.

Assim que desceu, uma silhueta saiu do carro, se inclinando.

Joana encarou aquele rosto ao mesmo tempo familiar e estranho, e ficou paralisada.

Familiar, porque eles já tinham muitas lembranças juntos.

Estranho, porque…

Aquelas lembranças há muito se diluíram no tempo, desbotando aos poucos.