Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1450

"Sr. Pinto."

"O que descobriu? Fale direto."

"O Saulo Faro — o Prof. Faro — saiu da Vila da Saúde e voltou para o Arquipélago de Max no dia anterior à segunda internação da Profa. Quadros."

"Quem organizou isso? Por que não recebi nenhuma informação?"

"O Prof. Faro não utilizou nossa equipe nem nossos barcos para retornar ao arquipélago, então..."

Felipe Pinto franziu a testa: "Então como ela voltou para a ilha?"

"Aparentemente, o barco da equipe de pesquisa científica estava ancorado no Cais de Vitória para compras; fica a apenas dois quilômetros da Vila da Saúde. Quando voltaram, aproveitaram para levar o Prof. Faro junto."

"Descobriu mais alguma coisa?"

Houve uma breve pausa do outro lado: "Sobre o retorno do Prof. Faro à ilha, a Profa. Quadros, provavelmente... não sabia."

Felipe trocou um olhar com Joana Neto.

"O que significa ‘provavelmente’? Explique melhor."

"É o seguinte: acabei de perguntar ao Dr. Abramson. Na tarde anterior à internação, durante o exame de rotina, a Profa. Quadros perguntou sobre a recuperação do Prof. Faro. Ela chegou a agendar, com a assistente do médico, Srta. Catherine, um horário para a manhã seguinte, para irem juntos fazer o projeto de reabilitação."

"Eu verifiquei a ficha de agendamento; realmente consta esse registro. Por isso, deduzo que a Profa. Quadros não sabia que o Prof. Faro já havia retornado à ilha."

Felipe olhou para Joana, querendo saber se ela tinha mais perguntas.

Ela pensou e disse: "...O Prof. Faro entrou em contato com a casa depois disso?"

Houve outra breve pausa: "...Pelo que pude apurar, não."

"Tem certeza de que ela realmente voltou para a ilha?"

"...Não posso afirmar. Depois do falecimento da Profa. Quadros, nossa equipe que estava na ilha foi retirada aos poucos..."

O olhar de Felipe brilhou ligeiramente.

O outro continuou: "Além disso, o Arquipélago de Max fica muito afastado do continente, a comunicação é difícil e as notícias chegam devagar. Se ninguém estiver atento, é quase impossível ficar a par dos acontecimentos da ilha em tempo real."

Joana perguntou: "Se enviarmos alguém para a ilha, em quantos dias teremos uma resposta?"

O silêncio durou um instante: "...No mínimo, três dias."