Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1512

Bernarda falou em um tom indiferente: "Isso é entre mim e o Sílvio."

O subentendido já era bastante claro —

Não é da sua conta, não se meta.

Laura franziu a testa: "Não estou entendendo muito bem."

"Vou colocar dessa forma, antes de ficar com o Sílvio, nós já tínhamos estabelecido algumas regras."

"Regras? Que tipo de regras?"

Bernarda perdeu totalmente a paciência: "O que isso tem a ver com você? Pra que tanta pergunta?"

Laura arregalou os olhos, chocada.

Parecia não acreditar que a outra estava falando com ela daquele jeito.

"Você… sabe o que está dizendo?"

Bernarda ficou em silêncio, claramente sem vontade de responder a uma pergunta tão sem sentido.

"Vou embora."

Dito isso, virou-se e saiu, sem se importar com o que Laura dissesse, não parou mais.

Laura: ?

Bernarda… é assim mesmo?

...

Sílvio anunciou o fim da reunião e todos os executivos presentes suspiraram aliviados ao mesmo tempo.

Parecia até que tinham escapado da morte!

Graças a Deus!

Assim que Sílvio saiu da sala de reuniões, seu celular tocou pela enésima vez.

"Mãe! O que a senhora quer afinal?! Eu já falei que estou em reunião!"

Disse isso da primeira vez, ela continuou ligando; disse da segunda, ela ligou de novo.

Não tinha fim!

Do outro lado, Laura estava com a voz fria: "Já acabou? Se acabou, venha para o hospital agora mesmo!"

Desligou logo em seguida.

Sílvio sorriu, resignado.

Tudo o que ele queria agora era voltar para a casa de Bernarda, deitar na cama do quarto principal e dormir abraçado com a namorada cheirosa.

No caminho, Sílvio hesitou várias vezes, mas depois de mandar uma mensagem no WhatsApp para Bernarda avisando onde iria, acabou mudando de direção e foi para o hospital.

"Mãe, o que é que não pode ser dito pelo telefone?"

Quando entrou, Laura estava sentada no sofá, com o rosto impassível.

Laura levantou o olhar, fria: "Você e a Bernarda não pretendem se casar?"

Sílvio ficou surpreso por um momento: "… Por enquanto, não."

"Por quê? Vocês já têm filhos!"

"Só porque temos filhos, somos obrigados a casar?"

"Essa é a opinião dela?"

Sílvio: "É a minha também."

"Você só pode estar fora de si! Não vão casar, então o que vocês são? E como fica a situação das crianças?"

Sílvio riu: "Mãe, a situação do Yago e do Benito já foi reconhecida publicamente, todo mundo sabe. Precisa de mais algum rótulo?"

"Você—"

"Foi só por isso que ficou me ligando sem parar?" Sílvio franziu a testa, claramente sem entender e sem concordar.

"Isso é pouco? Não vale a pena você vir explicar pessoalmente?"

Ao ver a cena diante de si, ficou paralisado.

No chão, dois malas grandes estavam abertas; uma já estava cheia de roupas, e a outra pela metade, com Bernarda agachada diante do armário, claramente ainda arrumando mais coisas.

Sílvio ficou parado, tomado por uma ansiedade inédita.

"Bernarda, eu posso explicar," ele começou com cautela, "você não pode me condenar só por causa da minha mãe."

Naquele momento, ele se arrependeu profundamente.

Se soubesse!

Se soubesse, não teria pedido para Bernarda levar as roupas de cama!

Qual o problema de ele mesmo ir? Tinha que deixar o trabalho de lado, e daí?

Sabia muito bem que Dona Gomes adorava causar confusão, sabia o que tinha acontecido com a Joana e mesmo assim—

Ele tinha deixado Bernarda sozinha com Dona Gomes, que erro!

Bernarda ouviu o barulho e olhou para ele.

Seus olhos, claros e escuros, estavam frios, quase cruéis.

Sílvio ficou ainda mais nervoso: "Desculpa… não vai embora, não me deixa, por favor?"

A voz rouca junto com a expressão arrependida faziam ele parecer um gatinho prestes a ser abandonado, tão triste quanto fofo.

Bernarda: "… Você tá falando o quê?"

Sílvio: "??"

"Você…" Ele engoliu em seco, "não vai embora?"

Bernarda assentiu: "Vou sim. Mas por que você está pedindo desculpa?"

"Não é por causa da minha mãe? Não vai terminar comigo?"

Bernarda demorou alguns segundos para entender: "Você tá maluco?"