Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1549

Saulo não mencionou nada sobre isso.

Afinal, ela ainda estava “doente” e, antes de se recuperar completamente, estava “sem ânimo” para lidar com esses assuntos triviais.

Embora os outros não pudessem comentar abertamente, no fundo todos tinham suas próprias opiniões.

Se não fosse pelo aviso prévio de Joana sobre o pântano, tudo bem; cair ali seria um acidente, algo que ninguém poderia prever ou responsabilizar.

O problema, porém, era que Joana não só avisara com antecedência, mas também insistira várias vezes. Foi Saulo quem agiu com descuido e não deu a devida importância ao alerta, cometendo, assim, um erro grave ao ignorar a recomendação de uma integrante da equipe.

Além da responsabilidade evidente, o que Saulo mais temia era o ressentimento, explícito ou velado, que carregava nos corações de todos, em maior ou menor grau.

Afinal, Joana havia alertado sobre o pântano à frente e aconselhado a não seguir por aquele caminho. E o que aconteceu?

Saulo não só foi, como levou todos consigo, colocando o grupo em risco. No fim, acabaram realmente presos no pântano.

Alguns ficaram assustados, outros adoeceram. Dizer que deram uma “passada pelo portão do cemitério” não seria exagero — passaram por maus bocados!

Willian, Ronaldo, Gabriel e os dois professores que escaparam por terem ficado no acampamento preparando comida também foram afetados, tendo que lidar com as consequências do ocorrido no grupo.

Quem poderia afirmar que Saulo não tinha responsabilidade nisso?

Esses acadêmicos, embora nunca tivessem discutido ou confrontado Saulo abertamente — e raramente expressassem reclamações ou críticas desde então —, tinham tudo muito claro em suas mentes.

Já haviam enxergado a arrogância e o personalismo de Saulo.

E por todas essas razões, estava selado o destino de Saulo dentro da equipe —

Aos poucos, perdia a confiança de todos.

Derrubá-la da posição de líder só dependia de uma pequena oportunidade.

E essa oportunidade logo apareceu.

Numa manhã comum, um e-mail oficial da Universidade B quebrou a tranquilidade do acampamento.

Gabriel perguntou de repente: “Quando será a indicação e votação para o novo líder?”

Willian respondeu: “Depois de enviarmos o resultado desta votação para a reitoria e os órgãos superiores, aguardaremos as instruções dos mesmos e a resposta da universidade. Só então começaremos o próximo processo.”

“E, nesse meio tempo, quem assume a liderança?”

Willian: “Vamos revezar, como fazemos com as escalas de quem fica no acampamento.”

Gabriel: ?

Pode ser assim?

Pensando bem, não era impossível.

Ser líder poderia ser mais difícil do que cozinhar para todo mundo?