Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1604

"Vai ficar por isso mesmo?! Ela me humilhou, me torturou, me fez comer comida do chão, fazer minhas necessidades ali mesmo! Ela não merece morrer?!"

Gabriel semicerrara os olhos, pensando que Joana realmente era um problema. Após uma breve pausa, ponderou: "Podemos fazer de outro jeito."

Sob o olhar confuso de Saulo, Gabriel tirou uma caixa de fósforos, acendeu um palito e o jogou casualmente sobre a cama.

Assim que as chamas começaram a se espalhar, os dois se viraram para sair.

Nesse exato momento, Joana acordou—

"Vocês…? Prof. Gabriel?"

Ambos congelaram no lugar, paralisados.

Saulo exclamou: "Ela acordou! E agora?!"

Gabriel respondeu: "O fogo já começou. Ela inalou o sedativo, não consegue se mexer."

Ambos olharam para trás—

De fato, não importava o quanto Joana se esforçasse, ela não conseguia mover o corpo, restando apenas assistir as chamas se aproximarem.

Saulo, com o coração acelerado, murmurou: "Até que enfim chegou sua vez—"

Joana olhou para Gabriel, confusa, chocada, sem acreditar.

Ele apenas esboçou um sorriso frio: "Me desculpe."

A voz de Joana saiu rouca, quase inaudível: "...Por quê? Pelo menos me deixe… morrer sabendo!"

Gabriel falou com frieza, como se também quisesse que ela morresse entendendo tudo, e confessou sem rodeios: "Foi a gente que matou a Márcia."

"Por quê?!" Ela estava assustada e furiosa.

"Era necessário para a missão."

"Que missão?"

Saulo respondeu: "Roubar os dados do experimento, é claro. A Márcia como líder estava atrapalhando demais."

"Vocês podiam ter dado um jeito de afastá-la, por que precisavam matá-la?" A voz de Joana já se quebrava em um choro contido.

Gabriel riu com desprezo: "Se só afastássemos, ela poderia voltar. Morta, nunca mais."

"Para quem vocês trabalham?"

Saulo ficou em choque, incapaz de reagir.

Gabriel foi mais rápida, percebendo imediatamente que havia caído em uma armadilha.

Ela soltou duas risadas agudas e, de repente, com um olhar feroz, revelou uma faca suíça em sua mão, avançando diretamente contra Joana.

A reviravolta foi tão rápida que ninguém conseguiu reagir a tempo.

Gabriel já estava diante de Joana, com a lâmina apontada para seu coração—

No último instante, uma figura se lançou à frente.

Com uma só mão, segurou a lâmina.

O sangue jorrou imediatamente, escorrendo pelo braço, mas aquela mão parecia não sentir dor alguma, permanecendo imóvel apesar da força furiosa de Gabriel.

Joana foi protegida atrás dele, segura.

Ao ver aquele rosto familiar, ela ficou completamente atônita.

Uma pessoa que jamais deveria estar ali… apareceu.