Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1672

"Com licença, qual é o quarto da Sra. Gomes?"

A enfermeira de plantão levantou os olhos ao ouvir a voz, e, no segundo seguinte, ficou surpresa.

Como descrever a aura daquela pessoa à sua frente?

Havia elegância, mas também certa melancolia; por baixo da delicadeza, escondia-se um traço de perigo.

Era como um enigma, envolto por uma névoa tênue.

Parecia claro, mas ao mesmo tempo impossível de decifrar—

Vago, indistinto.

Trazia consigo um quê de irrealidade.

"...Alô?"

"Ah? Oh! A senhora está falando da Dona Laura Gomes?"

"Sim."

"E qual é a sua relação com ela? Desculpe, conforme as normas do hospital, precisamos confirmar a identidade dos visitantes antes de autorizar a entrada."

"Tudo bem, eu entendo. Acho que posso ser considerado... filho de um velho conhecido dela."

"Parente mais novo?"

O homem hesitou por um instante, depois sorriu e assentiu: "Pode-se dizer que sim."

"Certo, por favor, registre aqui seu nome e contato."

Após o registro, a enfermeira informou-lhe o número do quarto.

Ele seguiu pelo corredor, carregando um buquê de flores.

"Olha só— quem é esse cara? Bem bonito, viu."

Assim que ele se afastou, outras enfermeiras se aproximaram, animadas com a fofoca.

"Qual é o nome dele? Deixa eu ver..." Uma delas pegou o livro de registros. "Chou? Estrangeiro, né?"

"Parece ser brasileiro de descendência oriental, usar nome em inglês é comum."

"Qual será a relação dele com a Dona Gomes? Sobrinho? Mas olha, a parte de baixo do rosto parece mesmo..."

"Ei, as flores que ele trouxe..."

"O que tem as flores?"

"Parecem... crisântemos?"

"Não é possível! Crisântemo não é flor de velório? Quem leva isso para visitar doente?"

"Mas eu juro que vi crisântemo... bom, talvez eu tenha me enganado."

O posto das enfermeiras encheu-se de risos e cochichos, enquanto, no exato momento em que o homem se afastava dali, o sorriso em seu rosto desapareceu por completo.

Ele chegou diante da porta do quarto.

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