Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 31

Viviane adorava ceviche, pediu um salmão fresco e camarões, outros frutos do mar comuns por aqui.

Joana não se dava bem com comidas frias, então optou por uma tigela de ramen e uma porção de sushi..

O ramen estava mediano, mas compensava pela frescura dos ingredientes.

Viviane a viu comer de forma moderada e decidiu provocá-la um pouco: “Essa fatia de salmão está tão macia, tem certeza que não quer experimentar? Pode ser que descubra um novo mundo.”

Joana recusou educadamente: “Você sabe muito bem que eu não consigo me acostumar com comida crua, prefiro ficar com meu ramen.”

“Depois de tanto tempo, você continua a mesma.”

Viviane sempre percebeu que ela tinha suas preferências bem definidas, assim como suas aversões.

“Falando nisso, já faz dias que não vou fazer uma hidratação, estou tão ocupada que minhas mãos estão ficando ásperas.”

Ela suspirou e reclamou: “Tudo culpa do meu pai, que está constantemente me pressionando para ir a encontros arranjados. E minha mãe, que não só não me defende, como se junta a ele nesse plano.”

“Não é como se eles não pudessem me sustentar, para que toda essa pressão?”

“Além disso, meu primo Dionísio é tão bem-sucedido e ainda não se casou, por que eu deveria me apressar...”

Falando em Dionísio, Joana lembrou que, embora fossem vizinhos, cada um estava ocupado com suas próprias vidas. Desde a última vez que comeram um Hot Pot juntos, ela só o viu uma vez, quando lhe entregou um sanduíche de pernil.

Viviane não percebeu que ela estava distraída, e enquanto comia um pastel de camarão, lembrou-se da última vez que se viram.

“Você e meu irmão foram ver a Profa. Quadros, e aí?”

Joana, focada em seu prato, após mastigar por um momento, engoliu e respondeu: “...Basicamente foi isso, a professora já reservou uma vaga para mim, então eu preciso passar no exame de pós-graduação este ano.”

Viviane bateu palmas: “Isso aí, adoro ver você tão confiante!”

“Para te recompensar, que tal eu te levar a um lugar no fim de semana?”

Joana perguntou: “Que lugar?”

Sem perceber, chegou ao térreo, quando de repente, uma silhueta escura cruzou seu caminho.

Uma semana atrás, um erro nos dados mais recentes do laboratório fez com que Dionísio passasse dias sem dormir, revisando tudo repetidamente, mas sem sucesso.

O coordenador do experimento, um homem de meia-idade, estava com ele desde o início.

Com o problema no laboratório, ele também estava preocupado: “Os resultados iniciais eram claramente positivos, e o progresso estava indo bem, por que os dados estão errados?”

Dionísio franzia a testa: “A existência do experimento é para testar e errar, os resultados não são o único foco.”

“Mas dados errados significam que o experimento falhou. Já repetimos dezenas de vezes a mesma coisa, uma semana não é tempo suficiente para vermos isso claramente?”

O coordenador olhou para Dionísio, tentando sondá-lo com cautela: “Na minha opinião, se não podemos prosseguir, melhor cortar as perdas agora. Por que não tentamos uma nova abordagem?”

Dionísio, com uma expressão serena e um olhar penetrante por trás dos óculos, questionou: “Você está preocupado com a possibilidade de falha do experimento ou acha que a direção sugerida pelo Prof. Serpa se alinha mais com seus interesses pessoais?”