Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 40

A vida de revisão era monótona e entediante, mas Joana se adaptava surpreendentemente bem a ela.

Mais um dia de estudo se encerrou, e ao chegar em casa, ela massageou os ombros, planejando ir descansar mais cedo, quando inesperadamente recebeu uma ligação da Profa. Quadros.

A professora perguntou primeiro como estava indo a revisão.

Joana fez um breve relato de seu progresso.

Márcia então não fez mais perguntas, aparentemente confiante em sua aluna.

Joana deu uma risada, ouvindo do outro lado dizer: “Amanhã de manhã, venha até minha casa.”

Após falar, desligou rapidamente o celular, como se temesse que Joana pudesse recusar se demorasse mais um segundo.

No dia seguinte, Joana acordou cedo, gastou meia hora preparando o café da manhã e, claro, não esqueceu de preparar uma porção extra para seu vizinho Dionísio.

Até ir dormir na noite anterior, ela não ouviu nenhum barulho de porta se abrindo ao lado, presumindo que ele provavelmente passara a noite no laboratório novamente.

Ao abrir a porta, de fato encontrou a pessoa que acabara de voltar.

Desde aquela noite chuvosa, duas semanas se passaram. Provavelmente por ter vindo direto do laboratório, o homem sempre impecável estava com as mangas amarrotadas e o cansaço era evidente em seu rosto.

Joana lembrou-se da conversa que ouvira da última vez e supôs que ele devia ter enfrentado algum problema no laboratório.

Sem fazer muitas perguntas, apenas levantou a garrafa térmica em sua mão.

“O mingau de milho foi algo que preparei ontem à noite. Cozinhei em fogo baixo até esta manhã. Para quem passou a noite em claro, o apetite pode estar fraco, e um pouco de mingau de milho é ideal para o estômago.”

Dionísio, que antes conseguia passar vários dias sem se alimentar direito, sentia agora uma leve dor de estômago devido à alimentação irregular dos últimos dias. O mingau que ela trouxe era exatamente o que ele precisava.

“Obrigado.”

“Você que me levou para casa naquela noite, eu que deveria agradecer.” Ela disse com um leve sorriso.

Dionísio arqueou as sobrancelhas: “Somos vizinhos, foi só de passagem.”

Ele então perguntou: “Você vai sair?”

Joana assentiu: “A professora me chamou até a casa dela, deve ser algo importante.”

Ela olhou para o relógio, percebendo que estava quase na hora.

“Eu vou indo. Não se esqueça de comer o mingau e os ovos enquanto estão quentes.”

Hugo Azevedo estava lá para pegar alguns materiais e, ouvindo o som, veio abrir a porta. Ao ver Joana, ele sentiu uma estranha familiaridade.

Logo ele se lembrou, naquele dia na entrada da universidade, uma garota havia se aproximado dele perguntando ansiosamente sobre a condição de saúde da professora, ele ainda se recordava da expressão dela, quase chorando de preocupação.

Joana hesitou por um momento, reconhecendo-o também, e estava prestes a falar quando ouviu a voz de Márcia de dentro da casa.

“É a Joana?”

Hugo se moveu para o lado, permitindo que ela entrasse.

“Professora.”

Ela entrou, trazendo consigo um bolo de mandioca que havia comprado no caminho.

“Você chegou na hora certa, estou revisando alguns materiais. Pode me ajudar a ver se estou procurando os certos?”

Márcia, usando seus óculos para leitura, acenou para ela se aproximar.

Joana colocou o que trouxe de lado e se juntou a ela, notando sobre a mesa um livro em inglês sobre sequenciamento genético, representando um campo de expansão da bioinformática.