Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 428

Nos dias seguintes, essa sensação se tornou cada vez mais intensa.

Normalmente, Dionísio reservava pelo menos uma noite na semana para correr.

Certa vez, Joana ouviu barulho no corredor, apenas para descobrir que o homem já havia retornado à casa ao abrir a porta.

Não era só isso, Dionísio geralmente se permitia um ou dois dias de descanso por mês, mas Joana nunca o viu abrir a porta de sua casa nesses dias.

Em outra ocasião, ao abrir a porta, ela claramente viu a porta dele abrir uma fresta, como se alguém tivesse ouvido o barulho e depois se retraído.

Joana: “?”

Ela estava completamente confusa.

Ela começou a se perguntar quando o havia ofendido.

Por mais que tentasse, não conseguia encontrar uma razão.

Se não fosse a falta de oportunidade de vê-lo, Joana gostaria de perguntar diretamente o que havia nela que o fazia agir de tal maneira.

Do outro lado, Dionísio ouviu o som dos passos da moça ficarem mais suaves e, calculando o tempo, caminhou até a janela, confirmando sua presença.

Observou a silhueta dela se afastar antes de retirar seu olhar complexo.

Não era que ele quisesse se esconder.

Mas…

Não tinha escolha.

A primeira vez que teve aquele sonho poderia ser considerada uma coincidência, um acidente, uma reação física normal, mas depois de vê-la fora do refeitório naquele dia, Dionísio teve o sonho novamente à noite.

Foi mais sensual, mais excitante, mais vergonhoso do que a primeira vez.

Ao acordar, cada detalhe girava repetidamente em sua mente como uma reprise.

Ele retirou os lençóis e a coberta da cama, frustrado e desanimado, e os jogou na máquina de lavar, sentindo-se desolado.

Ele não entendia como poderia ter tais sonhos.

Como poderia desrespeitar uma mulher dessa forma?

Sim, desrespeito.

Esse intenso auto-desprezo o impedia de enfrentar Joana.

Se a visse novamente, e acontecesse outra vez…

Como ele se sentiria?

Entretanto, Laura Gomes, completamente alheia à situação, levou comida para o filho várias vezes. Ao voltar para casa, comentou em segredo com o marido: “Nos últimos dias, o filho parece triste, só pediu uma refeição, talvez tenha sofrido uma desilusão amorosa.”

Thiago Matos: “……”

……

A pesquisa continuava normalmente, e a relação entre o trio se tornava cada vez mais harmoniosa.

Naquele meio-dia, cansados da comida do refeitório, eles foram buscar algo para comer fora da escola.

No caminho de volta, discutindo os planos para a tarde, Betânia de repente parou.

Joana e Kléber, confusos, também pararam.

Kléber: “O que foi?”

“Olha, o ex-namorado da Joana está ali…” Betânia indicou com o queixo em direção à entrada da escola, depois olhou para Joana com simpatia.

Joana sentiu um aperto no coração. Seria que ainda dava tempo de fugir?

Já era tarde demais.

Porque Ricardo já a tinha visto e estava vindo em sua direção com um buquê de flores.

"Sua presença me torna o assunto das conversas alheias, trazendo-me problemas desnecessários."

Ricardo sempre foi impulsivo em suas demonstrações de amor, sem considerar as consequências.

Ela pensou que isso fosse um sinal de cuidado, direto, honesto, ardente como o sol, mas seis anos de engano a fizeram ver claramente—

Isso não era amor, era egoísmo.

Egoisticamente usando o que ele considerava amor, ignorando a situação e os gostos dela, teimosamente fazendo as coisas do jeito que preferia.

Joana não gostava de ser o assunto das conversas, mas ele sempre foi tão ostensivo—

Enviando flores, flores caras.

Vindo buscá-la na escola, propositalmente estacionando o carro no lugar mais visível da entrada.

Procurando-a na sala de aula, sob o pretexto de acompanhá-la nas aulas.

Mas ele nunca soube, em segredo, quantas críticas Joana enfrentou, quantas zombarias ela suportou.

"…Isso, você nunca me disse… Eu não sabia…" Ricardo, com olhos vazios, murmurou.

"Realmente não sabia?" Joana perguntou, com um olhar penetrante, "Ou mesmo sabendo, continuaria fazendo isso?"

Ricardo ficou sem palavras.

"Seis anos é muito tempo, mas você não me conhece nem um pouco, assim como… eu também nunca entendi você de verdade. Então, esse relacionamento, uma vez perdido, melhor deixar perdido. Não há necessidade de tentar recuperá-lo."

Após dizer isso, Joana passou por ele, saindo apressadamente.

Ricardo ficou pálido.

Ele recuou meio passo, caindo sentado no banco.

E, não muito longe, duas sombras sorrateiras estavam escondidas atrás de uma árvore, observando sem piscar, temendo perder qualquer detalhe...