Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 486

"Professor, está pronto?"

Até Joana falar, Dionísio só então reagiu abruptamente.

"… Sim, está pronto."

"Obrigada."

Dionísio olhou novamente para a cintura dela.

Não era por nenhum pensamento impróprio, mas…

Ela estava tão magra!

Seria que ela não estava se alimentando bem?

…

Ricardo estava sentado em frente à penteadeira, do amanhecer ao pôr do sol, até o dia clarear novamente.

Não era que ele não quisesse dormir, mas simplesmente não conseguia.

Seu cérebro, incansável e fora de controle, rememorava o passado.

Havia momentos doces e felizes que eles compartilharam, mas também as vezes em que ele agiu de maneira desprezível.

Somente quando os primeiros raios de luz surgiram no horizonte, Ricardo conseguiu se libertar do lamaçal de memórias.

Às oito da manhã, em pleno horário de pico para o trabalho.

Ele trocou de roupa e dirigiu até a confeitaria mais movimentada da Rua do Norte.

Um trajeto que normalmente levaria meia hora, hoje levou uma hora inteira.

"Olá, gostaria de um Pavê de Manga."

A atendente hesitou por um momento: "Inteiro ou em pedaços?"

"Inteiro."

"Você tem sorte, acabamos de fazer o primeiro e estávamos prestes a cortá-lo. Se chegasse dois minutos mais tarde, teria que esperar pelo próximo."

Ricardo murmurou um assentimento.

Enquanto a atendente embalava o doce, puxou conversa: "Vindo comprar um bolo tão cedo, está com pressa?"

"Minha namorada… ex-namorada gostava."

Essa frase, de poucas palavras, foi o suficiente para a jovem atendente imaginar um romance inteiro.

Só não dava para saber quem era o protagonista e quem acabou sendo coadjuvante.

Ricardo não tinha muita vontade de conversar. Pegou o bolo, entrou no carro e partiu.

A atendente ficou observando da porta de vidro: "Nossa… um carro esportivo…"

Parecia ainda mais com um romance.

"Você! Pode parar de falar sobre engordar? Você é magro, parabéns, mas não precisa ficar apontando isso para os outros!"

Kléber franzia a testa, muito sério: "Se você não quer que as pessoas falem que você está gorda, por que não emagrece?"

"Emagrecer significa que não posso aproveitar a comida e a bebida livremente. Sem isso, não sou feliz, e sem felicidade, eu morreria. Então, emagrecer é igual a morte. Como eu poderia tentar?"

Kléber: "…"

Ele não tinha resposta para isso.

Betânia: "Então, você vai beber ou não? Se você não beber hoje, nunca mais vou te chamar!"

Kléber: "… Vamos."

Hã?

Betânia piscou surpresa e se aproximou com um sorriso: "Você vai beber?"

Kléber: "…"

"Vai beber ou não? Não quero que você só me acompanhe, quero que compre junto!"

Kléber: "… Vou beber, sim."

Betânia sorriu, revelando suas bochechas fofas.

Ela podia ser gordinha, mas tinha um rosto bonito, especialmente quando sorria, com os olhos e a boca formando curvas doces.