Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 546

No sábado, após dois dias de chuva contínua, finalmente parou.

Uma chuva de inverno trouxe consigo um frio cortante, e a temperatura na Capital despencou.

O verão abrasador havia ido embora, deixando apenas o frio que penetrava nos pulmões e o vento cortante.

Quando Joana saiu de casa, ela estava envolta em um casaco de algodão, usando um chapéu e um cachecol, embrulhada de pés à cabeça.

Ricardo já a esperava lá embaixo.

Neste frio, ele estacionou o carro do lado oposto da rua, perto da entrada do prédio, e correu até a entrada para esperar.

Os transeuntes que passavam não podiam deixar de olhar para ele várias vezes.

Mas ele permanecia indiferente, apenas fixando seu olhar na saída do prédio, com uma atenção quase devota.

Dionísio saiu para ir ao laboratório.

Mal deixou o prédio e viu Ricardo.

Naturalmente, Ricardo também o viu.

Quando seus olhares se encontraram, ambos os homens exibiram hostilidade em seus olhos.

Dionísio tinha uma péssima impressão de Ricardo, até mesmo Felipe Pinto lhe parecia mais agradável.

Lembrando-se daquela vez que foram à mansão pegar livros, e o que ele fez com Joana...

O olhar de Dionísio escureceu.

"Sr. Vieira, acabou de chegar, ou não foi embora desde ontem à noite?"

Ricardo deu uma risada fria: "Professor, você lê muitos livros e gosta de complicar as coisas. Não importa se acabei de chegar ou se não fui embora, isso não tem importância. O que importa é…"

Ele sorriu, pausadamente: "Joana aceitou o meu convite para sairmos hoje. Nós vamos juntos."

A primeira reação de Dionísio foi de incredulidade.

Mas, então, pensando que Joana havia estado ocupada com o laboratório recentemente, poderia haver alguma conexão entre os dois?

Ele reprimiu seus pensamentos, mantendo sua expressão neutra: "Se Joana concordou em encontrar-se com você, ela deve ter suas razões."

"Eu só queria lembrá-lo de que, como homem, pode ser pobre ou feio, mas não pode ser sem educação."

Ricardo franziu a testa: "O que você quer dizer com isso?"

"Respeitar as mulheres, não fazer nada contra a vontade delas, é o mínimo de decência e educação que um homem deve ter. Pense nisso."

Sem expectativas, sem alegria, uma abordagem puramente profissional, como se estivesse cumprindo uma tarefa.

Um vislumbre de tristeza passou pelos olhos de Ricardo, mas logo ele sorriu novamente: "Vamos entrar no carro primeiro."

Eles caminharam até o outro lado da rua, e Ricardo gentilmente abriu a porta do passageiro para ela.

"Cuidado com a cabeça."

Joana se abaixou para entrar.

Ele foi para o lado do motorista, sentou-se e ligou o motor.

"Você se lembra do nosso primeiro encontro?"

Joana permaneceu em silêncio.

Um traço de nostalgia apareceu nos olhos do homem, que continuou: "Foi naquela cafeteria na esquina, comprei flores e um bolo, combinamos de nos encontrar às duas da tarde, mas você não apareceu até as três, e nem atendia o celular..."

Às quatro horas, Joana finalmente chegou.

Ela ainda usava um jaleco branco, repetindo incessantemente suas desculpas: "Sinto muito, sinto muito, eu estava no laboratório hoje, não pude levar meu celular, e depois esqueci que tínhamos um encontro à tarde..."