Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 550

"Com certeza!"

Isto... não parece muito com Ricardo.

"Devo lembrar-te que faltam apenas seis horas para o pôr do sol, e o dia estará concluído."

"Certo. Embora eu deseje passar todos os momentos consigo, sei que no inverno, se não tira uma sesta ao meio-dia, fica sonolenta à tarde."

Joana permaneceu em silêncio por um instante: "Então quero um quarto só para mim."

O homem sorriu, mas seus olhos estavam repletos de amargura: "Isso já estava planejado. Eu não seria... tão desavergonhado."

Joana não expressou concordância nem discordância.

A amargura em seus olhos se espalhou: "Aquela vez na mansão... ao ver-te pegar os livros para partir, fiquei tão irritado, naquele momento não sei o que passou pela minha cabeça, e então..."

"Depois, também refleti sobre por que perdi a razão e fiz aquilo... Primeiro, porque você havia partido por alguns dias sem dar notícias, eu realmente sentia muito a sua falta; segundo, queria também te assustar um pouco, na esperança de que retornasse por vontade própria..."

O olhar de Joana para ele era indescritivelmente complexo.

Havia tanto a incredulidade diante do absurdo quanto a pena por ele.

Sim, pena.

Uma pessoa que nem sabia expressar amor estava fadada a enfrentar muitos desvios antes de poder crescer.

E ela, não passava de um ponto de partida.

Felizmente, apenas um ponto de partida.

Joana foi conduzida ao segundo andar por um empregado.

"Srta. Neto, este é o quarto, por favor, entre!"

Ao ver a decoração familiar, até o vaso que ela havia trazido por impulso ainda estava no peitoril da janela, ela sentiu uma mistura de sentimentos.

Sim, este quarto era o mesmo que Joana ocupava durante as férias de verão do terceiro ano da faculdade.

Empregado: "Descanse à vontade, se precisar de algo, é só chamar."

"Obrigada," disse ela.

O empregado saiu, fechando a porta suavemente atrás de si.

Ricardo dirigiu levando-a aos lugares que frequentavam juntos no passado, como o shopping, o bar onde costumavam ir, o clube noturno e... seu mirante favorito para assistir ao pôr do sol.

O mirante ficava ao norte, nas colinas suburbanas.

Para chegar lá, era necessário percorrer 20 quilômetros de estrada sinuosa.

A estrada era estreita e as curvas eram acentuadas.

No passado, sempre que Joana se sentia chateada, gostava de ir para lá.

Quando parava no mirante e observava a cidade inteira, inevitavelmente sentia como se fosse uma "efêmera criatura em um vasto mar", refletindo sobre o quão insignificantes eram.

Sendo tão insignificantes, por que se preocupar com emoções negativas?

Depois que se separaram, esse também se tornou um local frequentado por Ricardo.

Ele já havia estado lá antes, sempre para buscar Joana, que vinha aqui para se acalmar.

Cada vez que ela vinha, passava algumas horas e seu humor melhorava.

Ricardo nunca imaginou que um dia também se tornaria um visitante assíduo deste lugar.