Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 57

Ricardo aguentou por alguns segundos, mas não conseguiu mais e desligou, colocando-o em modo avião logo em seguida.

Assim, finalmente veio o silêncio.

Ao entrar em casa, Ricardo começou a se sentir menos irritado, soltando lentamente um suspiro pesado.

Subindo as escadas, de alguma forma ele se viu indo em direção à cozinha.

Lá, os utensílios limpos e organizados traziam à mente a imagem de Joana se movimentando atarefada.

Ela gastava muito tempo preparando mingau, precisava deixar os ingredientes prontos na noite anterior, limpos e de molho.

Pela manhã, com tudo já amolecido, misturava com o milho para cozinhar.

Ele achava um incômodo e pedia para ela não se dar ao trabalho, mas ao voltar do trabalho no dia seguinte, encontrava o mingau fortificante esperando por ele.

Depois disso...

Ele parou de impedir, aceitando com satisfação a comida e os cuidados dela.

Distraído com esses pensamentos, de repente, a porta da frente foi aberta.

"Senhor?"

Lúcia foi chamada por Juliana.

Depois de Ricardo sair correndo do hospital, Juliana, sem saber mais o que fazer com o filho e preocupada que ele pudesse se machucar estando sozinho, pediu para Lúcia cuidar dele.

Ricardo apenas pediu: "Lúcia, faça um pouco de mingau, por favor." E subiu as escadas.

Lúcia pensou: "De novo mingau?"

“Quando, afinal, a Srta. Neto vai voltar?”

“Tão cansativo, tão difícil...”

Apesar dos lamentos internos, Lúcia colocou o avental e começou a preparar o mingau com relutância.

Juliana viu Ricardo mexer os dedos e, não querendo perturbar seu descanso, seguiu o médico até o corredor.

Após a bolsa de soro acabar, a enfermeira estava trocando por outra quando Ricardo abriu os olhos. Vendo as figuras se movendo à sua frente, ele cobriu os olhos com o braço, sua voz rouca ao pedir: "Posso usar seu celular para fazer uma ligação?"

Com o celular em mãos, discou o número familiar.

"Tu-tum, tu-tum."

Após dois toques, a ligação foi atendida.

Ele engoliu em seco, sua voz áspera como se estivesse presa, não conseguindo falar.

Do outro lado, Joana, profundamente adormecida, atendeu ao celular, murmurando um “alô” sonolento.

No entanto, não ouviu resposta.

Joana abriu os olhos com dificuldade, pensando ter sido um engano, estava prestes a desligar...