Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 6

"Sim, é isso aí, estou velha, só pode ensinar dois."

Flávio fez uma careta, sabendo muito bem que aquela vaga era intencionalmente reservada para alguem, mas ainda assim ela não admitia.

"Profa. Quadros… E Prof. Rios também está aqui?" Hugo entrou com dois irmãos, colocando frutas e flores na mesa, "Viemos visitar a professora."

Durante a conversa casual, um estudante mencionou: "Ouvi dizer que este ano tem uma jovem irmã incrível no primeiro ano, que conseguiu direto a vaga para o programa de graduação-mestrado-doutorado."

Era preciso saber que, na Escola de Ciências da Vida da Universidade B, nos últimos dez anos, o número de estudantes que entraram diretamente no doutorado não passou de três.

"...Dizem que essa irmã ganhou duas medalhas de ouro no ano passado, uma na Olimpíada Internacional de Matemática e outra na Competição de Informática, garantindo sua vaga direta na nossa faculdade."

"Duas medalhas de ouro? Isso até que não é nada. Lembro de uma irmã, acho que era estudante da Professora Quadros, que entrou na graduação com quatro medalhas de ouro, em Matemática, Física, Química e Informática! Parece que o nome dela era Jo... Joana..."

"Está na hora!" Flávio interrompeu rapidamente, "Vocês melhor voltarem para a universidade agora."

"Ah, então... nós vamos indo."

"Certo."

Ao sair do quarto do hospital, o estudante olhou para baixo, desanimado: "Irmão Hugo, eu disse algo errado? Por que parece que a Profa. Quadros e o Prof. Rios ficaram com uma expressão tão fechada?"

Hugo também pareceu confuso.

No quarto do hospital —

Flávio: "Esses estudantes não fizeram por mal, não pense demais nisso."

Márcia acenou com a mão, mas seus lábios tremiam incontrolavelmente e as lágrimas acumulavam em seus olhos, até que finalmente transbordaram e caíram.

"Um talento como o dela não deveria... não deveria mesmo! Mas por que... por que ela não valorizou seu próprio talento?"

Flávio: "Calma..."

"Flávio, você sabe o que ela me disse na última vez que nos vimos? Ela disse que queria amor... Ela queria amor? Ela partiu meu coração..."

Joana estava parada na porta do quarto do hospital, segurando uma marmita térmica, com lágrimas também escorrendo.

Desculpe... Profa. Quadros...

No fim, ela não teve coragem de entrar, deixando a marmita térmica no balcão de enfermagem: "Isso é para a Profa. Quadros, por favor, entregue para ela, obrigada."

"Ei — você ainda não registrou suas informações! Por que está correndo?"

"Não é isso."

Beatriz pensou que ela estava apenas sendo teimosa, e não pôde deixar de sentir pena.

Na verdade, ela gostava bastante de Joana, bonita e de bom caráter.

Uma pena que não alcançava os padrões da família Vieira.

Especialmente a Sra. Juliana, que valorizava muito a educação e só aceitava noras de universidades renomadas.

"Ficar com meu irmão deve ser cansativo, né? Ele tem um temperamento difícil, tente ser mais paciente."

Joana: "Na verdade, nós já terminamos..."

"Ah, tenho um compromisso, melhor não ficarmos conversando."

Depois de dizer isso, ela olhou para o relógio e se dirigiu para dentro do prédio.

Ela veio visitar a Profa. Quadros, sabendo que ela gostava de estudantes inteligentes e bem-comportados, então se arrumou especialmente para essa visita.

Se ela conseguiria a vaga para o doutorado direto ou não, dependia dessa visita...