Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 723

Joana virou-se.

Felipe encontrou seu olhar: "?"

"Sr. Pinto, parece que eu te incomodei novamente."

Ele ficou surpreso por um momento, e então sorriu levemente: "Gosto de ser incomodado por você."

Joana baixou os olhos: "Mas além de um agradecimento, parece que não tenho mais nada para oferecer em retorno. Vale a pena?"

Um duplo sentido.

Felipe não esperava que ela fosse tão direta, hesitou por um momento, mas manteve o sorriso: "Desde o início, sua atitude foi clara, mas a minha também foi. Recusar é seu direito, mas continuar é minha escolha. Eu sempre acreditei…"

Joana levantou os olhos.

Ele olhou nos olhos dela, pausadamente: "Onde há vontade, há um caminho. Se ainda não deu certo, é porque o momento certo não chegou."

"E se o momento certo nunca chegar?"

"Então continuarei insistindo."

"Você ficará desapontado." Ela disse.

"Posso perder, então não tenho medo." Ele respondeu assim.

Joana inclinou-se para entrar no carro, sentou-se no banco do passageiro, tirou o casaco e alisou as rugas com a palma da mão antes de devolvê-lo a ele.

Felipe sinalizou para colocá-lo no banco de trás e, em seguida, ligou o motor, dirigindo-se para longe.

No caminho, falando sobre os antecedentes do incidente, Joana mencionou sem querer:

"…Ainda bem que aquele imprevisto de ser cegado pelos faróis altos e não conseguir ver a estrada foi algo que o professor já tinha me ensinado a lidar, caso contrário, eu poderia não ter freado imediatamente, mas sim virado instintivamente para a direita..."

E à direita, havia a barreira de proteção, e além da barreira, estavam aqueles três homens agachados, qualquer um deles saltando na frente do carro seria um grande problema.

"Dionísio Matos?" Felipe era bom em captar o essencial, "Ele te ensinou? Como ele te ensinou?"

Joana não pensou muito e apenas disse a verdade: "Ultimamente, tem sido o Prof. Matos quem tem sido meu instrutor."

Felipe estreitou os olhos ligeiramente, apertando o volante, e casualmente respondeu: "Ele não está muito ocupado? Ainda tem tempo para te ensinar a dirigir?"

"Deve estar tudo bem, ele tem ficado em casa nos fins de semana, recentemente."

"É mesmo?" Felipe perguntou de forma enigmática, "Ele parece ser bastante paciente."

"Certo. Espero que não haja uma próxima vez."

"Espere." Felipe de repente falou, seguindo-a para fora do carro.

Joana virou-se: "?"

"Vou te acompanhar até em cima."

"Não precisa…"

Antes que ela pudesse terminar, uma silhueta contra a luz se moveu um pouco à distância: "Joana?"

A pessoa escondida nas sombras deu um passo à frente, sua figura gradualmente se tornando visível, e seus traços também se tornando claros.

"Professor?!" Joana estava um pouco surpresa.

Dionísio já havia se aproximado dos dois, seu olhar varrendo brevemente Felipe ao lado.

Com os olhos se encontrando, um brilho sombrio fluiu nos olhos de Dionísio.

Felipe, esboçando um sorriso, não desviou o olhar, enfrentando-o com um desafio quase imperceptível.