Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 795

"...falando sobre esta competição, não sei se são os estudantes de hoje que são diferentes dos de antes, ou se toda a atmosfera educacional se tornou mais superficial, cinquenta por cento dos projetos apresentados eram 'grandiosos mas vazios', quarenta por cento eram completamente sem sentido, e apenas menos de dez por cento eram toleráveis."

Pedro tomou um gole de café, não pôde evitar lamentar: "Realmente, uma geração não é como a anterior. Eu me lembro dos primeiros três anos de vencedores do prêmio especial, cada um era um reserva para a Science e a Nature, mas agora... ah..."

Ele não terminou a frase, apenas sacudiu a cabeça e suspirou.

"Se falar de um projeto deste ano que foi surpreendente e digno de nota, houve sim. Ah, sim, foi o grupo de vocês da Universidade B, o nome do projeto era — 'Detecção Genética e Biomedicina', a líder do grupo parece se chamar... Célia Lima?"

"Lembro-me muito bem, esse projeto ganhou o prêmio máximo. Seja na abordagem do tema, no ângulo experimental, ou na qualidade final do trabalho, tudo superou as expectativas, e até o júri concordou que, se fosse submetido para a SCI, seria aceito com certeza!"

"Depois, alguns dos professores do júri ainda foram atrás de informações sobre esta aluna, Célia, ouvi dizer que ela havia publicado vários artigos logo no início do mestrado, sendo conhecida na Escola de Ciências da Vida como uma 'menina prodígio' com uma reputação extraordinária. Tão jovem e já tão impressionante..."

Pedro continuou falando, mas Joana já não conseguia mais prestar atenção.

Para ser exata, desde que o Prof. Santana mencionou o nome do projeto de Célia, ela ficou atordoada.

Afinal —

Esse projeto era do grupo dela!

Como é que acabou sendo creditado a Célia?!

Sua mente parecia ter sido atingida por um golpe, e depois de um breve choque, Joana rapidamente recuperou a razão, percebendo a gravidade da situação.

...

Marcelo acabara de voltar para a universidade, sentindo não só o cansaço físico, mas também uma dor constante na testa, um sinal de exaustão mental.

Este inverno, por causa de uma frase de Yasmin Lima, todos foram obrigados a ficar na universidade, incluindo ele.

No entanto, como o laboratório estava passando por reformas, a pesquisa era impossível.

Nos primeiros dias, ele ainda conseguia se encolher no dormitório, esperando a qualquer momento ouvir que a reforma estava concluída e a inspeção aprovada.

Mas, como se prova, não se pode ser cegamente otimista, e a vida definitivamente não é sempre um mar de rosas.

Depois de passar dias sem fazer nada, Marcelo sentia que estava se deteriorando.

Foi então que um irmão lhe ofereceu um trabalho temporário —

Em um laboratório de biologia de uma empresa de cosméticos, com pagamento diário de dois mil!

Ele perguntou se Marcelo estava interessado.

Qualquer hesitação seria uma falta de respeito por esse salário.

Marcelo aceitou na hora, mesmo sendo avisado várias vezes que o trabalho seria árduo e praticamente sem descanso, ele não viu isso como um problema.

Quem disse que ganhar dinheiro é fácil? —

Ao ouvir o barulho da porta, ele pulou como um coelho assustado.

"Marcelo, você voltou..." disse ele, virando-se e, como se estivesse tentando enganar a si mesmo, enxugou as lágrimas do rosto.

Marcelo, de repente, ficou com o rosto sério e preocupado: "O que aconteceu?!"

"Não, não é nada..."

"Se não é nada, por que você está chorando daquela maneira?"

Hélder, gaguejando, disse: "Eu... eu não estou chorando... foi só, só que eu assisti um filme agora, e foi... foi muito emocionante, não consegui me controlar..."

Marcelo, inexpressivo, perguntou: "Pareço tão facilmente enganado para você?"

"Hélder, viemos de uma vila rural afastada, finalmente conseguimos entrar na universidade com grande esforço, conquistando nosso lugar através dos estudos, não foi fácil chegar até aqui. Por conta disso, deveríamos nos apoiar ainda mais, certo? Então, me conte o que realmente aconteceu."

Hélder fez uma careta: "Cara, é sério, não tem nada errado."

Marcelo franziu a testa perguntando: "Isso tem algo a ver com a competição desta vez?"

Hélder fungou, e por fim confessou: "É a Célia. Ela me expulsou do grupo do projeto. Eu estava sendo enganado o tempo todo, até que o prêmio foi anunciado, foi só quando vi que meu nome não estava na lista dos vencedores que descobri."

"Não sei porque ela está me perseguindo, afinal, participei de todas as fases de pesquisa do projeto, era responsável pela coleta de informações e fiz muitos outros trabalhos. Eu já fiz o máximo que pude, simplesmente não entendo por que ela fez isso comigo."