Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 807

"Presentear, presentear, presentear! É só o que você sabe fazer! Isso é suborno, entende?!" Beatriz gritava para ela, à beira de um colapso.

Juliana, inicialmente atônita, estendeu o dedo e, com força, cutucou a cabeça dela: "Sua ingrata! Por quem eu estou dando presentes? Caso contrário, por que eu estaria enviando caixas e mais caixas de coisas boas para a casa dos outros? Sem isso, você acha que conseguiria se sair tão bem na frente do seu orientador?"

"kkk... kkkkk... kkkkkkkk... Por mim? É realmente por mim?!"

Beatriz ria e chorava ao mesmo tempo, com um olhar cheio de ironia.

Juliana ficou chocada: "O que... o que aconteceu com você? Não me assuste assim..."

"Admita," Beatriz afastou a mão que ela estendia, "você fez isso por sua própria vaidade, para que eu pudesse realizar seus sonhos não concretizados!"

"Só porque você não se formou em uma universidade de prestígio, entrou jovem no mundo do entretenimento e, mesmo depois de casar com meu pai, sempre foi menosprezada pela vovó por causa de sua baixa formação e origem humilde!"

"Por isso você sempre exigiu que eu e meu irmão tivéssemos boas notas, que entrássemos em universidades de prestígio, estudássemos no exterior, fizéssemos mestrado, doutorado!"

"Mas eu não consigo! Não consigo ser a primeira da classe, nem ser aprovada no mestrado. Eu sou como você, não nasci para estudos acadêmicos! Merecemos ser desprezados!"

"Agora, com Yasmin sendo investigada e o fato de eu ter dado presentes vindo à tona, a universidade vai me expulsar! Está satisfeita agora?"

Sucesso por presentear, fracasso por presentear!

Depois de desabafar, Beatriz correu para o quarto, chorando.

Juliana ficou paralisada.

A máscara facial caiu no chão, o aparelho de beleza escorregou de sua mão enfraquecida, e sua postura outrora ereta agora se curvava lentamente.

À distância, parecia ter envelhecido dez anos.

Que tragédia!

Que tragédia!

...

O escândalo da denúncia virou um tumulto, com um desfecho dramático.

A administração da escola estava ocupada tentando gerenciar a opinião pública e restaurar sua reputação.

Marcelo sorriu e deu-lhe um tapinha no ombro: "Estou bem, de verdade! Se decidi fazer, já esperava por consequências como estas. Não me arrependo."

"Mas... ainda não há nenhum orientador disposto a te aceitar. Como você vai se formar assim?!" Hélder virou o rosto, enxugando rapidamente as lágrimas.

Marcelo riu levemente: "Que orientador aceitaria um aluno propenso a denúncias? Pode acabar denunciando o próprio um dia desses. Eu entendo, todos têm o instinto de se proteger. Os professores não são exceção."

"Mas... mas..."

Foi quando o celular de Marcelo tocou.

"Alô?"

"Marcelo, aqui é Betânia."

Ele pausou por um momento.

Do outro lado da linha, continuaram: "Você está livre? Irmã Joana gostaria de te ver."