Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 826

Após o almoço, a Velha Senhora levou Tânia e Fernando ao quarto que havia sido redecorado.

"…Tânia costumava morar aqui, e agora este será o quarto de vocês dois. A cama foi trocada, e as capas de edredom também são todas novas."

Ao longo dos anos, a Velha Senhora manteve esse quarto intacto, desde os grandes móveis até os pequenos enfeites e bonecos, não permitindo que ninguém alterasse nada.

Ela mesma fazia a limpeza.

Mesmo estando no exterior, insistia em voltar ao Brasil a cada seis meses, não por outro motivo, senão para limpar pessoalmente este quarto.

Ela cuidava dele com extremo cuidado, como se fosse um tesouro, preservando ao máximo a sua originalidade.

De fato—

Assim que Tânia entrou, memórias familiares inundaram sua mente.

Da inocência da infância, à emoção da adolescência, até os primeiros despertares do amor…

Este quarto estava cheio de seu passado.

De repente, cenas que não deveriam existir surgiram diante de seus olhos—

Um vaso quebrado, um canto escuro, uma lâmina ensanguentada e… as lágrimas de uma mulher…

"Tânia? Tânia?! O que houve? Você está se sentindo mal?" Fernando foi o primeiro a perceber que algo estava errado com Tânia.

A Velha Senhora também se aproximou rapidamente: "O que aconteceu? Está muito abafado aqui dentro?"

Dizendo isso, ela imediatamente abriu a janela.

A brisa fria entrou, e Tânia estremeceu, voltando a si imediatamente.

"Estou bem… Estou bem…" Ela disse, pálida, acenando com a mão, "De repente, senti uma dor de cabeça, mas agora passou."

A Velha Senhora só se tranquilizou após confirmar várias vezes que Tânia estava bem.

Antes de sair, ela disse: "Tânia, Fernando, vocês tiveram uma longa viagem, descansem um pouco mais."

Fernando: "Mãe, nós sabemos, a senhora também trabalhou duro toda a manhã, vá descansar."

Com a porta fechada, apenas Fernando e Tânia permaneceram no quarto.

"O que aconteceu antes?"

"Com certeza! Não que eu dominasse todas as artes, mas eu era bastante proficiente em música, xadrez, literatura e pintura."

Fernando lamentou: "Ah, eu realmente não sei que sorte eu tive nesta vida para conseguir uma deusa como esposa. Essa experiência, se fosse colocada no seu romance, seria apenas digna do protagonista, não é?"

Tânia balançou a cabeça: "Você está pensando demais. Meu protagonista, se não é um assassino psicopata, é um detetive solitário, ou então um paciente psiquiátrico."

"…"

Tânia se levantou, deu uma volta pelo quarto, e a familiaridade do ambiente a fez sentir uma sensação involuntária de carinho e segurança.

Os dois haviam passado a manhã toda no metrô e estavam realmente cansados, então decidiram deitar na cama e começaram a tirar uma soneca.

Quando Tânia acordou, viu que Fernando estava folheando um de seus álbuns de fotos antigas.

Ele estava com uma expressão séria e concentrada.

Ela se aproximou silenciosamente, querendo surpreendê-lo com um susto.

No entanto, o homem que folheava o álbum de repente falou: "Com essa idade, por que ainda age como uma criança?"