Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 904

Susana Reis: "O que a Joana tem feito ultimamente? Nas últimas duas vezes que a convidei para vir jantar em casa, ela disse que estava ocupada. Contando o tempo, já faz mais de um mês que não a vejo..."

Nereu Marques colocou o jornal de lado e olhou para ela, "Ora, veja só você, com essa idade toda e ainda fazendo drama para ter a neta por perto? O que a Joana poderia estar fazendo? Ou está realizando experimentos ou escrevendo teses, com certeza não pode se ausentar, por isso não veio."

"Eu sei... mas é que sinto tanta falta dela..."

Nereu fez uma pausa.

Ele também sentia.

Após o Ano Novo, os dois compraram uma mansão no mesmo bairro em Cidade L, e, após assinar o contrato de compra, mudaram-se rapidamente para lá.

Quando Tânia Andrade voltou da Ilha e descobriu que tinha se tornado vizinha dos pais, levou um susto e tanto.

Mas também ficou genuinamente feliz.

O Velho Senhor e a Velha Senhora finalmente se sentiram realizados, podendo ver a filha e o genro todos os dias, mas sem morarem sob o mesmo teto, mantendo assim o espaço de cada um.

E assim viveram, por dois meses.

Recentemente, por causa de uma reunião do conselho que o Velho Senhor precisava presidir, eles voltaram de Cidade L para a capital.

Desde então, o casal não ficou parado.

Nereu ocupado com o trabalho, e Susana cuidando do jardim, arrumando a horta e telefonando para Joana vir jantar em casa.

...

E assim chegou outro sábado.

Joana, tendo ficado até tarde no laboratório na noite anterior, decidiu dormir por lá mesmo, afinal, havia uma cama, cobertores, itens de higiene pessoal e roupas limpas.

Acordou às oito da manhã, tomou café da manhã, trocou-se para o jaleco de laboratório, e às oito e meia, os dados do segundo grupo de modelos também estavam completos.

Era o momento perfeito para continuar o trabalho da noite anterior.

"irmã Joana, bom dia~"

Às nove, Betânia e Kléber chegaram.

"Bom dia." Joana desviou rapidamente o olhar do monitor para olhá-los.

Kléber percebeu algo de imediato: "irmã Joana, você fez uma noitada ontem?"

Uma irmã Joana já era difícil o suficiente para acompanhar, agora com Marcelo, estava se tornando insustentável.

Betânia sentia o couro cabeludo formigar.

Agora, qualquer pequena procrastinação já trazia uma sensação de culpa.

Ela teve que se esforçar ao máximo em seu projeto, pois se não conseguisse acompanhar, acabaria atrasando todo o grupo.

Embora irmã Joana frequentemente a tranquilizasse com "não se preocupe", "vá com calma", "eu faço o restante", Betânia sabia muito bem que não poderia simplesmente deixar sua parte nas mãos de outra pessoa.

Uma ou duas vezes, tudo bem, mas se tornar um hábito, acaba dependendo de irmã Joana para avançar.

Betânia não era tola, ela sabia muito bem que, uma vez que a distância entre as pessoas aumenta, pode ser impossível alcançá-las novamente.

Se não pudesse acompanhar, como poderiam seguir juntos?

No final, só restaria a "separação".

Por isso, Kléber logo percebeu que Betânia, além de se tornar mais ativa, também estava muito mais séria e dedicada.

Antes, era raro não haver risadas e conversas no laboratório, mas recentemente ela parecia falar menos, trocava para o jaleco de laboratório assim que chegava, e se dedicava ao experimento por horas a fio.