Eu fui até a empresa, deixei o carro no estacionamento da fábrica, decidido a pegar as minhas coisas no escritório e voltar pra São Paulo pra colocar a minha vida em ordem, mas assim que o elevador abriu, o Fred estava nele, e dessa vez foi a vez dele de partir pra cima de mim.
Ele me devolveu o murro que eu havia dado, e em questão de segundos os seguranças o seguraram.
Fred: Manda esses caras me soltarem Felipe.
- Soltem ele, mandei.
O Fred ficou me encarando, mas não voltou a me agredir.
Fred: Que porra tá acontecendo com você? Porquê você ficou nervoso e com raiva quando falei da Mila?
Eu fiquei em silêncio, pensando se deveria ou não falar a verdade pra ele, e o que isso iria causar na nossa relação que sempre foi de amizade.
- Vamos subir e conversar no meu escritório.
Fred: Não vou pro seu escritório porra nenhuma, eu me demito.
- Não seja infantil Fred, você não quer saber os motivos pra eu agir assim?
Fred: Eu até já imagino Felipe, você é frequentador do Cabaré e já deve ter comido ela, e provavelmente está apaixonado, que decadência meu irmão, se apaixonar logo por uma puta.
Eu avancei novamente em cima dele, e o segurei novamente pela gola da camisa.
Fred: Vai me bater de novo? então é isso mesmo? eu tenho razão não é?
- Cala a porra dessa boca Fred, rosnei.
Fred: Me solta Felipe.
Eu o soltei, e me afastei antes que eu desse outro murro nele.
Fred: Era só você ter me falado que eu me afastaria cara, não precisava me bater, se você tivesse sido sincero desde o princípio, teríamos evitado muita coisa, você é uma babaca Felipe.
Ele saiu andando, dando as costas pra mim, e eu percebi que ele tinha razão, eu era mesmo um babaca.
Eu olhei ao redor, e havia vários funcionários me olhando e cochichando uns com os outros.
- O que foi? vocês não tem nenhum trabalho pra fazer no setor de vocês? saiam daqui, gritei.
Eu entrei no elevador, e fui até o meu escritório, peguei tudo o que eu precisava, deixei algumas recomendações com a Suelen e fui pro hotel pegar as minhas coisas, eu queria ir embora o mais rápido possível.
Eu nunca havia perdido a minha cabeça por mulher nenhuma, e mesmo com todo o esforço do mundo, eu não estava pronto pra esquecê-la, eu sentei na cama enquanto organizava as minhas coisas, e como se eu não tivesse mais nenhum pingo de juízo, e pensei um pouco e decidi ficar, eu queria fuder com ela uma última vez, antes de colocar um ponto final entre nós dois.
- Porra, que obsessão é essa? perguntei pra mim mesmo.
Eu deitei e fiquei olhando pro teto, tentando organizar tudo na minha cabeça, buscando o caminho de volta pra minha sanidade mental, mas eu estava tão cansado psicológicamente que acabei dormindo.
Quando eu acordei, já havia escurecido, e eu me dei conta que eu havia deixado de cumprir vários compromissos, tinha inclusive esquecido de me alimentar, coisa que se tornou frequente, desde que passei a dividir o meu tempo entre o trabalho e a Nicole.
Eu pedi a comida no quarto, e fui tomar um banho enquanto ela não chegava.
Eu fiquei tentando convencer a mim mesmo que aquela seria a última vez que eu iria ver a Nicole, embora o meu coração quisesse o contrário disso.
Eu comi, descansei mais um pouco, e quando deu 23:30 eu fui pro Cabaré.
Eu já havia perdido as contas, da quantidade de grana que eles já haviam lucrado comigo, pois toda vez que eu entrava lá, eu tinha que pagar.
Faby: Boa noite Sr. Gutierrez, como posso te ajudar hoje?
- Quero uma suíte e que você avise a Mila que eu estou esperando ela quando ela chegar.
Faby: Desculpe, mas isso não será possível.
- Porquê não?
Faby: A Mila chegou aqui e pediu pra eu avisar pros clientes que ela não irá mais trabalhar aqui, e agora ela está no escritório do Raul conversando com ele.
A notícia me pegou de surpresa, e eu não sabia o que pensar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um amor de cabaré
Gostei do livro, devemos mesmo parar de julgar os outros....
Teria como vcs adicionarem uma história aqui? O nome da história é "Tentação do padre" da autora Sol Rodrigues...