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Um Vício Irresistível romance Capítulo 100

Sterling massageava as têmporas, mas seu olhar inevitavelmente recaía sobre Clarice, que estava ao seu lado.

Ele nunca conseguiu entender por que o avô tinha tanta preferência por ela. As ações do Grupo Davis? Ele entregou para ela sem pestanejar. O antigo tesouro de família? Presenteado como se não tivesse valor algum. Para Sterling, Clarice era uma mulher astuta e cruel. O que ela tinha de especial?

— Estou quase chegando no hospital. Algumas coisas a gente resolve pessoalmente. — Ele fez uma pausa antes de acrescentar. — Clarice está comigo.

Do outro lado da linha, a voz de Túlio mudou instantaneamente, suavizando-se.

— Tudo bem, vou esperar por vocês.

Sterling desligou a ligação e respirou fundo.

O fato de Túlio querer mandar Teresa para o exterior de repente não era algo simples. Havia algo por trás disso. E se ele descobrisse que Clarice tinha algum envolvimento, ela podia se preparar. Ele não teria piedade.

O carro logo parou em frente ao hospital. Sterling desceu rapidamente e, sem cerimônia, segurou o pulso de Clarice para ajudá-la a sair.

Ela sentiu a pressão no pulso e franziu a testa, incomodada.

— Sterling, me solta!

— Soltar você? Para tentar fugir? — Ele respondeu em tom grave, embora tenha afrouxado um pouco a força.

Clarice olhou para ele com calma, mas sua voz carregava uma leve ironia.

— O médico da minha avó me ligou e falou sobre os remédios. Já que você cumpriu sua parte, não vou quebrar a minha palavra. Pode ficar tranquilo, vou pedir desculpas à Teresa, mesmo sabendo que estou sendo injustiçada.

Ela sabia que Sterling tinha poder suficiente em Londa para descobrir a verdade sobre qualquer coisa em questão de horas. Mas, em vez disso, ele preferia acreditar na versão de Teresa sem sequer investigar. Não importava o que Clarice dissesse, isso não mudaria nada. Então, o melhor que ela podia fazer era abaixar a cabeça e pedir desculpas. Quem sabe assim ela não deixava uma impressão melhor? Isso poderia facilitar quando precisasse pedir mais remédios.

Pensar que o casamento deles havia chegado a esse ponto... Era de partir o coração.

Sterling estreitou os olhos, lançando-lhe um olhar frio.

— Quando estiver na frente do meu avô, escolha bem suas palavras.

Clarice entendeu exatamente o que ele quis dizer. Mesmo com a dor que sentia, ela acenou com a cabeça.

Clarice olhou para o reflexo deles na parede espelhada do elevador, sua expressão distante.

— Sterling, você confia tão pouco assim em mim?

Ela já havia deixado claro o que faria, mas ainda assim ele parecia desconfiado, como se estivesse lidando com uma criança travessa. Um casamento sem o mínimo de confiança era, no fim, apenas uma piada.

Sterling arqueou uma sobrancelha, sem se dar ao trabalho de responder. Não era questão de desconfiar apenas de Clarice. Ele não confiava em ninguém.

Quando as portas do elevador se abriram, Clarice foi a primeira a sair.

— Pode ficar tranquilo, eu não vou falar nada com o vovô. Muito menos expor sua querida cunhada. — Ela comentou, sua voz carregada de ironia.

Se Sterling acreditava nela ou não, isso era problema dele.

Assim que terminou de falar, o celular tocou. Clarice pegou o aparelho na bolsa e viu o nome de Asher piscando na tela. Ela hesitou por um momento antes de atender.

— Clarinha, encontrei as provas que você precisava. Onde você está? Vamos marcar um encontro. — A voz de Asher soava firme, mas ansiosa.

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