Um Vício Irresistível romance Capítulo 102

— Está bem. — Clarice respondeu com um sorriso nos lábios, seus olhos brilhando de leve.

Túlio, satisfeito, deu meia-volta e saiu do quarto sem se preocupar com o que Sterling pudesse fazer. Para ele, o que importava era a felicidade de Clarice.

Assim que Túlio saiu pela porta, Teresa lançou um olhar insinuante para Sterling e disse:

— Sterling, sai um pouquinho. Quero falar umas coisas mais íntimas com a Clarice.

Sterling abriu a boca para responder, mas Clarice foi mais rápida:

— Não, ele fica. Pode ser nossa testemunha.

Clarice sabia como Teresa funcionava. Aquela mulher tinha tantas artimanhas que, se depois negasse que ela havia se desculpado, Sterling acabaria voltando para pressioná-la. Melhor não arriscar.

Sterling fixou os olhos negros no rosto de Clarice, tentando decifrá-la. O que ela queria com aquilo?

Clarice ajeitou o cabelo atrás da orelha com um gesto elegante e caminhou até a cama de Teresa. Seus passos eram firmes, e seu olhar altivo pairava sobre a outra mulher. Com um meio sorriso nos lábios, Clarice disse, direta:

— Desculpa.

Antes de entrar naquele quarto, ela achava que seria difícil dizer aquelas palavras, mas, no fim, percebeu que não era assim tão complicado. Bastava abrir a boca e dizer.

Teresa ergueu o rosto para encará-la. Seu semblante pálido ainda estava marcado por lágrimas, dando-lhe um ar de fragilidade comovente.

— Clarice, por que você fez isso comigo? Você me odeia tanto assim?

Era como uma confissão implícita. Clarice não negou ter sido a responsável, então a pergunta de Teresa parecia natural.

Clarice endireitou a postura instintivamente, desviando o olhar para Sterling. Com um tom firme, perguntou:

— Já pedi desculpas. Posso ir agora?

Ela tinha vindo ali apenas para isso. Não sentia obrigação nenhuma de responder às perguntas de Teresa. Além disso, sabia muito bem por que Teresa estava fazendo aquilo.

Haveria tempo para resolver as coisas. Quando tivesse as provas nas mãos, voltaria para acertar as contas com ela.

Teresa, no entanto, quase tremia de ódio. Como Clarice podia agir de maneira tão despreocupada, sem a menor sombra de culpa? Aquela mulher estava tranquila demais, segura demais, e isso a deixava furiosa.

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