Pedro não queria se envolver mais do que o necessário. Olhou para Asher com uma expressão neutra e disse:
— Filho, essa é a decisão mais importante da sua vida. É você quem deve decidir.
Asher respondeu com frieza e desinteresse:
— Está bem.
No fundo, ele pensava que, se não podia se casar com Clarice, tanto fazia com quem fosse.
Beatriz, ao ouvir a resposta dele, sentiu o coração acelerar. Finalmente, ela e Asher iriam se casar! Em breve, seria a Sra. Bennett!
— Continuem comendo, eu vou ao escritório responder um e-mail — Disse Asher, mantendo a habitual gentileza. Mas, na verdade, ele estava ansioso para abrir o pacote que havia recebido.
— Eu vou com você! — Disse Beatriz, os olhos brilhando de entusiasmo. Ela queria ficar ao lado dele o tempo todo, não importava o momento.
— Bia! Não seja inconveniente! — Antônio repreendeu em tom baixo, mas firme. — Asher vai trabalhar, você não deve atrapalhá-lo!
Ele conhecia bem o que se passava na cabeça de Asher. Sabia que o rapaz não tinha a menor vontade de se casar. Só Beatriz, completamente cega pelo amor, parecia não perceber como ele era indiferente a ela.
— Asher, deixa eu ficar com você. Não tem problema, né? — Insistiu Beatriz, ignorando o pai. Ela estava acostumada a fazer o que queria em casa, sem se importar com as reprimendas. Além disso, achava que, estando perto de Asher, poderia criar um vínculo mais forte com ele.
Asher franziu ligeiramente a testa, mas manteve o tom calmo e distante:
— Envolve informações confidenciais da empresa. Não posso ceder.
— Eu nem entenderia, você sabe disso. Não precisa se preocupar! — Respondeu Beatriz, com um sorriso despreocupado. Desde que voltara a morar com os Preston, ela só sabia gastar dinheiro e se divertir. Nunca havia se interessado pelos negócios da família, tampouco entendia algo como relatórios financeiros ou termos técnicos.
Para ela, não fazia diferença. A família era rica, e no futuro ela seria a esposa de Asher, a nora da família Bennett. Trabalhar não estava em seus planos.
Asher sentiu uma onda de irritação crescer dentro de si. Embora o rosto permanecesse sereno, estava claro que ele estava no limite. Beatriz era como um chiclete grudado, insistente e impossível de ignorar.
Antônio percebeu o desconforto de Asher e lançou um olhar significativo para Ana.
Ana entendeu o recado e imediatamente segurou Beatriz pelo braço, puxando-a de volta para a cadeira.
Os pais de Asher colocaram os talheres na mesa. Paula, com o semblante tranquilo, apenas olhou para o filho e disse:
— Asher, acompanhe Beatriz até a saída.
— Não precisa! É logo ao lado, algumas casas. Não há necessidade. — Respondeu Ana com falsa cortesia, enquanto tentava amenizar a situação.
— Tenham uma boa noite. Vou subir para terminar meu trabalho. — Disse Asher, já se afastando.
Beatriz tentou segui-lo, mas Ana segurou firme o braço dela. A jovem tentou se soltar, mas não conseguiu. Seu rosto ficou vermelho de raiva e frustração.
…
Enquanto isso, Asher subiu as escadas rapidamente. Assim que entrou no quarto, fechou a porta atrás de si e caminhou até o sofá.
Ele sentou-se, inclinou o corpo para frente e pegou o pacote. Seus olhos ficaram fixos nele por alguns segundos, enquanto sua mente vagava por pensamentos que ele preferia ignorar.
Finalmente, ele pegou um estilete e cortou o lacre do pacote com cuidado.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...