Esse assistente precisava ser trocado.
— Encontramos por acaso durante o almoço e acabamos bebendo umas duas taças. Foi só isso. Meu problema é o álcool, não aguento muito. Fiquei mal e vim para o hospital. — Disse Asher, de forma casual, sem entrar em detalhes.
Clarice percebeu que ele não queria contar a verdade e decidiu não insistir. Sentou-se em uma cadeira perto da cama e perguntou:
— E agora, como está se sentindo? Melhorou?
Na verdade, desde que soubera por Paula que Asher havia sido hospitalizado por intoxicação alcoólica após encontrar-se com Sterling, Clarice sentia um peso enorme no coração. Ela sabia que, de alguma forma, aquilo tinha relação com ela. Sterling só agia assim por causa dela, e Asher acabava pagando o preço.
Clarice não tinha coragem de confrontar Sterling, então tudo o que restava era esse sentimento de culpa em relação a Asher.
— Estou bem, Clarinha. Meu corpo é forte, não precisa se preocupar tanto. — Disse Asher, com um sorriso gentil. Ele pegou uma garrafa de água, abriu a tampa e estendeu para ela. — Seus lábios estão ressecados. Beba um pouco.
Clarice aceitou a garrafa e tomou um gole.
— Você está com o rosto mais fino. As reações da gravidez estão muito fortes? — Perguntou Asher, observando-a de perto. A proximidade o permitiu notar o quanto o rosto dela parecia mais magro e delicado.
Clarice balançou a cabeça e respondeu:
— Não é por causa da gravidez. É que tenho trabalhado demais e, com isso, não tenho comido nem dormido direito.
— Você está grávida, Clarinha. Não importa o que aconteça, precisa priorizar você e o bebê. — Asher queria dizer para ela pegar mais leve no trabalho, mas sabia que seria inútil. Como adultos, todos sabiam que o trabalho muitas vezes vinha antes de tudo.
Se Clarice estivesse ao lado dele, jamais permitiria que ela se sacrificasse assim. Trabalhar era importante, mas nunca ao ponto de colocar em risco a saúde dela e do bebê.
— Eu sei! — Clarice respondeu, levando a mão até o ventre. Seu olhar ficou mais suave, e uma expressão de ternura tomou conta de seu rosto.
Quando falava ou pensava no bebê, os olhos de Clarice brilhavam, e ela exalava uma aura acolhedora e maternal. Asher a observou, perdido em pensamentos. Se eles nunca tivessem se desencontrado, como seriam as coisas agora?
— Asher, fiquei sabendo que você estava no hospital. Vim cuidar de você! — Uma voz feminina ecoou pelo quarto, fazendo Clarice estremecer e voltar à realidade.
Asher imediatamente pegou o celular e ligou para o assistente:
Ele não tocou em Clarice, mas o tom de voz era firme, impossível de recusar. Clarice suspirou, deu meia-volta e começou a caminhar para a saída.
Beatriz estava no corredor quando viu Clarice. Por um momento, ficou completamente atordoada. Fazia muito tempo que não a via.
Beatriz havia imaginado que, depois de anos de um casamento infeliz, Clarice estaria abatida, descuidada e sem graça. Mas, para sua enorme surpresa, Clarice parecia ainda mais bonita do que antes.
Ela já tinha sido uma garota doce e pura, com uma beleza inocente e radiante. Agora, era uma mulher madura e confiante, exalando charme e elegância. Cada traço de seu rosto, cada curva de seu corpo, tudo parecia ainda mais atraente. Não eram apenas os homens que se encantavam por ela, e até outras mulheres não conseguiam deixar de admirá-la.
Clarice passou apressada, sem dar atenção a Beatriz.
Asher a seguia de perto, protegendo-a com sua presença.
Quando Clarice passou ao lado de Beatriz, esta finalmente despertou de seu estado de choque. Em um surto de raiva, ela avançou, agarrando o braço de Clarice e gritando:
— Clarice, sua vadia! Você não vai a lugar nenhum!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...