Um Vício Irresistível romance Capítulo 176

Clarice viu Sterling em silêncio, sem conseguir adivinhar o que ele estava pensando. No fim, respirou fundo, tomou coragem e segurou sua mão, puxando-o em direção à cama.

Sterling abaixou os olhos para as mãos deles entrelaçadas, e um leve sorriso surgiu em seus lábios, formando uma curva sutil e quase imperceptível.

Ao chegarem ao lado da cama, Clarice se inclinou levemente e falou com delicadeza:

— Vó, este é o Sterling.

Depois, ela deu um pequeno puxão na mão dele, como quem o incentivava a dizer algo.

Sterling se inclinou, sorriu educadamente e cumprimentou Fernanda:

— Vó, olá. Me desculpe por só agora conseguir um tempo para vir vê-la.

Fernanda olhou para ele, depois para Clarice, e comentou:

— Vocês dois são tão bonitos... Se tivessem um filho, com certeza seria lindo!

Ela falou devagar, cada palavra saindo com esforço, mas o impacto de sua frase fez o coração de Clarice apertar. Ela havia pedido anteriormente que sua avó mantivesse segredo, mas ali estava Fernanda, revelando tudo.

— Eu pensava que Clarinha era muito jovem e que ter um filho cedo poderia ser ruim para a saúde dela, então esperamos mais dois anos. Agora estamos nos preparando para isso e, se tudo der certo, no ano que vem teremos um bebê. — Respondeu Sterling, com uma tranquilidade impecável. Sua voz era calorosa, e ele olhava para Clarice como se estivesse cheio de ternura e afeto.

Clarice ficou atordoada ao ouvi-lo chamá-la de Clarinha. A palavra, dita por ele, trouxe à sua mente uma série de lembranças íntimas, e seu rosto rapidamente ficou levemente corado.

A cena diante de Fernanda parecia a de um casal apaixonado. A expressão suave de Sterling e a timidez de Clarice formavam um quadro perfeito de felicidade conjugal.

Enquanto os observava, Fernanda não conseguia evitar que sua mente voltasse àquela mulher que havia estado ali antes. Teresa havia mostrado um vídeo gravado no escritório, onde ela e Sterling pareciam íntimos enquanto Clarice observava de longe. A cena havia partido o coração de Fernanda.

Ela conhecia Clarice. Sabia que sua neta jamais se permitiria viver ao lado de um homem se não o amasse profundamente.

Se ela não pode ter o amor desse homem, pelo menos que tenha um filho dele para lhe fazer companhia. Fernanda pensava que, se não fosse sua própria saúde debilitada, jamais apoiaria Clarice em algo assim. Contudo, um filho daria a sua neta um propósito, algo que a manteria firme após sua partida.

— Nesse caso, não vou mais pressionar vocês para terem um filho rápido. — Disse Fernanda, segurando a mão de Clarice. — Clari, tenha um filho para te fazer companhia, porque quando eu me for, você vai ficar sozinha.

Enquanto falava, lágrimas escorreram dos olhos de Fernanda, e Clarice sentiu um vazio no peito, como se algo tivesse sido arrancado de dentro dela. A dor era insuportável.