O toque do celular interrompeu os pensamentos de Sterling. Ele pegou o aparelho e viu que era uma ligação de Teresa. Seu semblante logo ficou sério, e ele franziu a testa.
— O que foi?
— Sterling, alguém invadiu meu quarto e me bateu. Foi horrível! — A voz de Teresa parecia trêmula, entrecortada por soluços.
Sterling apertou os olhos, visivelmente irritado.
— O que aconteceu exatamente?
— Eu não sei! Eles entraram direto e vieram pra cima de mim! Depois de me baterem, fugiram!
Sterling estreitou os olhos, desconfiado.
— Vou ligar para o Isaac e pedir para ele investigar.
— Você pode vir aqui me ver? Estou com muito medo! — Teresa pediu, a voz cheia de pânico. Ficava claro que ela estava realmente assustada.
— Estou ocupado. Vou mandar o Isaac ir até aí. — Respondeu Sterling, seco, antes de encerrar a ligação sem esperar por mais nada.
...
Do outro lado da linha, Teresa estava deitada na cama do hospital, com o rosto tomado pela raiva. Sua expressão era sombria, os olhos brilhando de ódio.
“Maldita Clarice! O que ela fez para enfeitiçar o Sterling desse jeito? Por que ele está me ignorando agora? Isso não vai ficar assim! Eu vou fazer essa mulher pagar caro!”
Sterling, após ligar para Isaac e dar as instruções, foi direto procurar Clarice.
No quarto do hospital, Fernanda acabava de acordar. Ela estava extremamente fraca, sequer tinha força para falar, mas seus olhos não deixavam Clarice, como se quisesse transmitir tudo o que sentia.
Clarice olhou para a avó e sentiu uma pontada no coração. Vê-la naquele estado era doloroso demais.
— Vó, por favor, descanse. Você precisa melhorar logo! — Disse Clarice, percebendo que sua própria voz saía trêmula.
Os lábios de Fernanda se moveram levemente, mas nenhum som saiu. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Clarice, sentindo o coração apertar ainda mais, segurou firme a mão da avó.
— Eu sei o que você quer dizer. Eu vou ficar bem! E, sobre o bebê… Um dia vou ter, pode confiar!
Fernanda tentou levantar a mão para tocar Clarice, mas sua força não foi suficiente, e o braço caiu de volta na cama.
Clarice se inclinou, encostando o ouvido próximo à boca da avó.
— O que você quer me dizer, vó?
— Clari… Saia daqui! — Fernanda usou todas as forças que tinha para dizer aquelas palavras.
Sterling, percebendo a hesitação dela, estendeu a mão para puxá-la.
— Vamos.
Clarice recuou instintivamente, abaixou a cabeça e caminhou na direção do elevador.
Sterling arqueou as sobrancelhas, claramente irritado. Ele não entendia o que significava aquela atitude dela.
Dentro do elevador, Sterling a puxou de repente, envolvendo-a em um abraço firme.
— Clarice, o que você está tentando fazer?
Clarice respirou fundo, tentando conter as lágrimas, e levantou os olhos para ele.
— Estou cansada, não quero falar.
— A partir de amanhã você estará de folga. Assim, não vai se sentir tão cansada. — Sterling respondeu sem hesitar.
Ele já havia decidido que, a partir do dia seguinte, sairia do trabalho no horário certo. Passaria mais tempo ao lado de Clarice, tentando convencê-la a ter um filho. Ele sabia que seria necessário um esforço maior para persuadi-la, e estava disposto a fazer isso.
Mas, para Sterling, passar tempo com Clarice ou agradá-la não tinha nada a ver com amor. Era apenas uma estratégia para alcançar seu objetivo: ter um filho.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...