Um Vício Irresistível romance Capítulo 37

Sterling arqueou levemente as sobrancelhas, e seus olhos negros e profundos pousaram sobre o rosto de Clarice. Será que aquilo era ideia dela?

Clarice sustentou o olhar dele, firme, com os olhos ardentes de indignação.

— Eu nunca pensei nisso! — Respondeu, sem hesitar.

Com o avô dizendo aquelas coisas, Sterling certamente pensaria que era ela quem queria aquilo.

Três anos atrás, no dia em que se casou com Sterling, ela de fato havia desejado tornar pública a união. Ela o amava, e, naturalmente, queria que o mundo inteiro soubesse que estavam juntos.

Mas na noite do casamento, Sterling a deixou com uma única frase: “Não quero que ninguém saiba do nosso casamento. Cuide da sua vida.”

E ele saiu.

Naquela noite, ele nunca voltou. Ela passou a noite de núpcias sozinha, encarando o vazio.

Depois disso, qualquer desejo de anunciar o casamento desapareceu.

Agora, com o divórcio já em seus planos, não fazia sentido que mais pessoas soubessem sobre aquela união fracassada. Seria melhor assim, para ambos, por uma questão de dignidade.

— Como assim nunca pensou nisso?! Clarice, você é a esposa do presidente do Grupo Davis! Apresentar-se para todos não tem nada de errado! — Túlio retrucou, com firmeza. Ele olhou para Sterling e insistiu. — Sterling, mande seu assistente acompanhá-la ou vá você mesmo apresentá-la pessoalmente. Todo mundo precisa saber quem é a verdadeira Sra. Davis.

— Tudo bem. — Sterling respondeu, com indiferença.

Túlio fez um gesto com os olhos para Clarice, apressando-a.

— Vai logo!

Clarice balançou a cabeça, recusando-se a ir.

Túlio a encarou com um olhar severo, quase de reprovação, como quem dizia que ela era incapaz de se defender.

— Vai logo, menina! Se você não mostrar quem é, as aproveitadoras de plantão vão entrar no lugar que é seu! — Ele resmungou, impaciente.

Ele havia se recusado a tornar o casamento público porque não queria que ela usasse o título de Sra. Davis para se exibir.

Clarice sentiu como se uma faca tivesse perfurado seu coração. Seu rosto ficou pálido, e seus lábios tremeram levemente enquanto ela tentava conter a dor.

— Sterling, será que tudo o que faço ou digo vai sempre parecer errado para você? Eu não espero que você me ame, mas também não aceito que me julgue o tempo todo.

Ela respirou fundo, tentando controlar a mágoa que escorria em suas palavras.

— Aquela noite de três anos atrás, você sabe tão bem quanto eu que não foi culpa minha. Eu nunca pedi para você se casar comigo. Foi você quem insistiu em me levar para o altar! Se não tivesse me casado, talvez eu já tivesse encontrado alguém que me amasse de verdade. Talvez eu fosse feliz agora, ao invés de viver como um cachorro, me matando de trabalhar o dia inteiro e ainda ter que te servir quando chego em casa! Sterling, estamos casados há três anos. Até um cachorro cria laços nesse tempo, mas você continua tão frio comigo quanto no dia em que nos casamos! Se você quer ficar com Teresa, eu te concedo o divórcio. Só quero que você me deixe em paz. Eu só quero minha liberdade.

Enquanto falava, sua mente foi inundada por memórias dos últimos três anos. Cada momento, cada tentativa de se aproximar de Sterling, só havia resultado em dor e decepção.

Sterling era como uma pedra de gelo — fria, dura e impossível de aquecer.

Quando ela mencionou aquela noite de três anos atrás, Sterling pareceu perder o controle. Ele agarrou o braço dela com força e a puxou para frente, jogando-a bruscamente sobre a mesa de reuniões.

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