— A empresa tem outros assuntos para resolver, eu vou voltar. — Sterling disse, virando-se e saindo sem olhar para trás.
Teresa levantou os olhos e observou a silhueta do homem se afastando. Seus lábios se curvaram em um sorriso satisfeito, e ela rapidamente o seguiu.
Os dois saíram do escritório um atrás do outro. O antigo dono da Torres Advocacia veio ao encontro deles e, com um tom respeitoso, informou:
— Reuni todos os funcionários para que o Sr. Sterling e a Sra. Teresa possam conhecê-los e ouvir suas apresentações.
Embora o antigo dono tivesse sentido um breve arrependimento por vender a Torres Advocacia, ele não podia negar que o negócio tinha sido muito lucrativo. Era sua obrigação garantir uma transição tranquila.
Sterling arqueou as sobrancelhas e parou. Teresa, de forma quase instintiva, deu um passo para trás, escondendo-se levemente atrás dele. Aos olhos dos outros, aquele gesto parecia íntimo e cheio de cumplicidade, como se ela fosse uma mulher protegida e mimada.
Clarice estava posicionada no fundo da sala, observando os dois. Seu peito doía, as mãos estavam cerradas em punhos.
Teresa era a amante, mas tinha a audácia de ficar ao lado de Sterling, recebendo os olhares cheios de admiração e respeito de todos.
Enquanto isso, ela, a verdadeira Sra. Davis, vivia como uma sombra. Sempre escondida, sem coragem sequer de ficar ao lado do próprio marido em público.
As apresentações começaram, e um a um, os funcionários se apresentaram. No entanto, quando chegou a vez de Clarice, ela estava distante, perdida em seus pensamentos.
Lilian notou e deu uma leve cotovelada em Clarice, sussurrando:
— Dra. Clarice, é sua vez de se apresentar.
Teresa olhou na direção de Clarice. Alta, com 1,75m, ela se destacava mesmo estando na última fileira. A luz dourada do pôr do sol atravessava as janelas de vidro e iluminava seu rosto, dando-lhe um brilho angelical, quase etéreo. Naquele momento, Clarice parecia uma divindade que desceu à Terra, atraindo olhares e admiração de todos.
Teresa, por outro lado, sentiu uma pontada de ciúmes que quase a sufocou. Onde Clarice estava, ela nunca conseguia ser o centro das atenções. Teresa odiava isso.
Sterling também fixou o olhar em Clarice, a expressão impassível, mas seus olhos pareceram demorar um pouco mais no rosto dela.
Lilian, sentindo o peso do olhar de Sterling, cutucou Clarice novamente, agora mais nervosa:
— Tudo bem! Depois que eu decidir, te ligo. — Teresa testou a reação dele ao segurar sua mão. Quando percebeu que ele não a afastou, apertou sua mão com mais segurança e saiu com ele, lado a lado.
Clarice observou os dois saírem juntos, sentindo uma dor sufocante no peito. Ela apertou o punho com tanta força que as unhas quase perfuraram a palma de sua mão.
Ontem, Sterling já havia causado inveja suficiente ao organizar uma festa de aniversário luxuosa para Teresa, com direito a jantar, presentes extravagantes e até um show de fogos de artifício. Agora, ao descobrir que ele também comprou a Torres Advocacia e a deu de presente para Teresa, Clarice sentiu como se seu coração estivesse sendo dilacerado.
Enquanto Sterling mimava a amante sem limites, ela, como esposa, trabalhava duro todos os dias no escritório, cuidava da casa e ainda era obrigada a satisfazer as necessidades dele. Sua vida era pior do que a de uma empregada.
Depois que Sterling e Teresa saíram, os funcionários começaram a cochichar:
— Meu Deus, a Sra. Teresa não era uma dançarina famosa? Agora ela é nossa chefe e dona do escritório! Eu preciso pedir um autógrafo para ela!
— Além de linda, ela parece ser tão doce. Não é à toa que o homem mais poderoso de Londa a trata como uma rainha!
— Vocês estão tão focados na nova chefe e no Sr. Sterling que não perceberam como a Dra. Clarice estava estranha?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...