Clarice puxou Jaqueline para trás de si, encarando Sterling com firmeza. Seus olhos se encontraram, e ela falou em um tom controlado, mas firme:
— Sterling, você é um empresário inteligente, ou deveria ser. Antes de acusar alguém, que tal garantir que tem provas? E mais uma coisa: esse restaurante tem câmeras. Se você acha que foi a Jaqueline, vá conferir as imagens. Quando tiver certeza, aí sim venha falar alguma coisa.
Ela falou devagar. Se não fosse pelo medo de que Sterling virasse a cara na hora, ela já teria xingado ele de sem cérebro.
Teresa, vendo que a situação estava ficando delicada, começou a puxar a camisa de Sterling com urgência, forçando uma expressão aflita.
— Sterling, foi culpa minha! Eu caí sozinha, ninguém tem nada a ver com isso! — Disse com a voz ansiosa, tentando desviar o foco.
Ela, claro, havia caído de propósito.
Sterling olhou para Teresa em seus braços, e sua voz saiu baixa, mas cheia de preocupação.
— Você não precisa ter medo. Eu estou aqui. Apenas diga a verdade, não importa o que tenha acontecido.
Clarice observou a cena, sentindo uma forte pontada no peito. Sua expressão ficou pálida. Ele estava bem ali, na frente dela — o homem com quem dividia a cama todas as noites, com quem dividia a vida. Mas naquele momento, tudo o que ela via era um estranho. Para ele, parecia que ela simplesmente não existia. Toda a atenção dele estava concentrada na mulher em seus braços.
Jaqueline percebeu a mudança no estado emocional de Clarice e, sem hesitar, segurou sua mão. Sua voz saiu baixa, quase um sussurro:
— Clarinha, não fale mais nada, por favor.
A mão de Clarice estava gelada. Jaqueline não sabia se o coração dela estava tão frio quanto suas mãos, mas a ideia a fez sentir um aperto no peito.
Respirando fundo, Jaqueline enfrentou Sterling com firmeza:
— Sr. Sterling, eu sei que você não gosta de mim, mas posso garantir que não toquei nela. Se não acredita, então vá checar as câmeras! — Sua voz era controlada, mas havia um fio de raiva misturado em suas palavras.
Jaqueline ouviu o tom meloso de Teresa e teve que se esforçar para conter o impulso de gritar. Em vez disso, forçou um sorriso e respondeu:
— Não, não. Para deixar tudo claro, é melhor verificar as câmeras. Assim ninguém fica com dúvidas. — Havia ironia em sua voz, mas ela sabia que Sterling provavelmente não perceberia.
Teresa continuou com sua atuação. Apesar de estar no chão, não parecia realmente machucada. Jaqueline não conseguia entender como Sterling não enxergava o óbvio.
— Jaqueline, eu nunca disse que foi você quem me derrubou. Você não tem culpa de nada, não precisa provar sua inocência. — Teresa respondeu, fingindo generosidade. Em seguida, ela passou os braços ao redor do pescoço de Sterling, olhando para ele com olhos cheios de "vulnerabilidade". — Sterling, por favor, me leve para a mesa. Estou me sentindo fraca.
Depois de falar, ela olhou discretamente para Clarice, com um brilho de satisfação nos olhos. Teresa sabia exatamente o que estava fazendo. Ela conhecia os sentimentos de Clarice por Sterling e sabia que a cena entre eles a estava machucando profundamente.
Se Clarice perdesse o controle e confrontasse Teresa, isso seria o suficiente para fazer Sterling mudar o foco e culpar Clarice. Era tudo o que Teresa precisava para virar o jogo.
Clarice percebeu o olhar de Teresa. Ela sabia o que a outra estava tentando fazer. Em vez de reagir, apenas sorriu e tirou o celular do bolso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...