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Um Vício Irresistível romance Capítulo 75

Clarice ficou um instante sem reação, mas logo corou levemente:

— Eu... mordi meu lábio sem querer.

Na verdade, foi o lábio de Sterling que ela havia mordido.

— Toma, limpa isso. — Disse Jaqueline, entregando-lhe um guardanapo.

Os olhos negros de Asher estavam profundos, indecifráveis. Era impossível saber o que ele estava pensando.

Clarice pegou o guardanapo e limpou os lábios, mas, ao lembrar do que Sterling tinha feito no corredor, sentiu uma irritação crescente. Ele realmente a tratava como se ela fosse um objeto. Fazia o que queria, sem se importar com as consequências ou com o que os outros poderiam pensar dela. Se fosse Teresa no lugar dela, ele jamais teria tomado uma atitude tão impulsiva!

Jaqueline, tentando aliviar o clima, mudou de assunto com um tom animado:

— Ah, Clarinha, o Asher me apresentou um projeto incrível! Estou precisando de ajuda. Se você tiver um tempo, quebra esse galho pra mim? Estou atolada de trabalho!

Clarice colocou o guardanapo sobre a mesa e assentiu com um sorriso leve:

— Claro. Acho que vou ter bastante tempo livre em breve.

Ela sabia que, com Teresa agora na Torres Advocacia, muitos dos seus casos seriam redirecionados. Clarice provavelmente teria menos trabalho dali pra frente.

Jaqueline arqueou uma sobrancelha, surpresa:

— Torres Advocacia vai falir ou o quê? Você, com tanto trabalho, falando que vai ter tempo livre? — Ela conhecia bem a rotina exaustiva de Clarice no escritório. Era inacreditável. Não dava nem pra entender como existiam tantos casais querendo se divorciar.

Clarice deu uma risada breve e explicou:

— Não é isso. A Torres Advocacia foi comprada pelo Sterling, e agora a Teresa virou minha chefe direta.

Ela sorriu novamente, mas dessa vez com um toque de ironia:

— Acho que não é tão ruim assim ter um pouco de folga. Esses anos todos lidando com divórcios me deixaram exausta.

— Você? Mesmo que deixasse a advocacia, aposto que não viria trabalhar comigo. Você tem talento para qualquer coisa. Seja o que for que decida fazer, vai se sair bem. Só espero que não perca mais tempo com gente que não te merece.

Clarice ouviu as palavras da amiga, mas seu olhar se desviou para Asher. Ela sorriu suavemente:

— De qualquer forma, preciso agradecer ao Asher. Se não fosse ele gastar dinheiro me contratando professores, eu não saberia fazer metade do que faço hoje.

Ela se lembrou de sua infância difícil. Quando era tratada como um peso inútil pela própria família, a casa de Asher era seu refúgio. Ele sempre a incluía em tudo o que fazia, e ela, por orgulho, sempre se esforçava para acompanhar. Foi ele quem insistiu em contratar professores particulares para ensiná-la.

Asher sorriu, um sorriso gentil e caloroso, como sempre:

— Você nasceu com talento, Clarice. Tudo o que aprende, domina com uma facilidade impressionante. Não é como o Valentino, que os professores tentavam ensinar e ele nunca aprendia nada direito. Não sei quantas vezes ele foi repreendido.

Enquanto dizia isso, Asher parecia perdido em memórias. Ele se lembrava de todas as vezes que Clarice aparecia em sua casa, magoada e sozinha. A família dela era cruel, e ele fazia o possível para distraí-la.

Inicialmente, Asher tinha pedido que ela estudasse com ele apenas para tirar sua mente do sofrimento. Mas, para sua surpresa, ela sempre aprendia mais rápido que ele. Tudo o que os professores ensinavam, ela dominava com perfeição. Até os professores não poupavam elogios a ela.

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