Essa pergunta deixou Lucimar um pouco confusa. Mas ela percebeu logo e fixou o olhar em Tancredo, sorrindo.
- Ou o quê?
A risada desabrochou em seu lindo rosto, com sua cor tão brilhante quanto o sol escaldante.
Tancredo desviou seu olhar de maneira meio embaraçada.
Lucimar piscou os olhos. Ao ver o homem poderoso desviar os olhos na sua frente, ela curvou os lábios e falou com ele em tom brincalhão deliberadamente.
- Você não está olhando para mim, porque acho eu feia ou não se atreve a olhar?
Enquanto falava, Lucimar inclinava o corpo para frente. Ela achava que tinha assegurado Tancredo, de tal forma que não temia nada e se aproximava mais dele, com sua voz também mais açucarada.
- Querido~
Com a respiração leve da mulher aos seus ouvidos, Tancredo virou a cabeça para ela de repente.
Enquanto se entreolhava com ele, Lucimar caiu involuntariamente em seus olhos escuros, como se entrasse de repente em uma floresta densa e vasta, uma área que ninguém tinha alcançado antes. Mas uma vez que entrou, jamais seria capaz de sair.
Durante o tempo que passou com o homem, ele sempre agiu de forma indiferente, tal como neve e gelo.E agora, ao aproximar-se e sentir a sua respiração quentinha no rosto dela, Lucimar percebeu subitamente que esse homem não era como parecia superficialmente.
Ela queria flertar com ele no início, mas agora se viu perturbada. Mexeu os pés para trás, mas acabou por tropeçar e seu corpo caiu para frente incontrolavelmente.
Puxa! Ela nunca tinha pensado nesse tipo de drama. Na sua vida anterior, sempre achava vulgar esse episódio, como se todos os homens e mulheres só tivessem um fraquinho depois de um choque no corpo do outro.
Bang!
O rosto de Lucimar chocou direito no peito de Tancredo e o corpo dela também, de modo que Tancredo segurou a cintura dela com as mãos subconscientemente.
Em um momento, Tancredo só tinha uma ideia na cabeça: que delicadeza que não suportava a mínima força nela!
Ao mesmo tempo, a dor afiada nas pernas fez com que o homem franzisse as sobrancelhas.
Enquanto isso, Lucimar se encostava no peito de Tancredo de forma constrangida. Pretendia flertar com o homem mas acabou por tropeçar feia. Lucimar, que vergonha! Sem saber porquê, ela tinha uma ideia aterrorizante de repente.
É se entregar no espaço e desaparecer assim na frente de Tancredo!
Como se ela nunca tivesse vindo a esse mundo!
Mas não tem como!
Ela se levantou rápido e arrumou sua roupa na frente de Tancredo. Por fim, mexeu seu cabelo e pegou o copo de Tancredo.
- Não vou te incomodar mais, meu marido. Continue trabalhando...
A seguir, ela foi embora apressadamente, mexendo rápido as pernas longas e finas e desapareceu em um instante. Porém, antes disso, Tancredo notou seus ouvidos avermelhados.
Ele comprimiu os lábios finos. Estava tão animada ao flertar com ele, mas ficou mais tímida do que uma avestruz nesse momento.
Com o ataque de mais uma dor vinda das pernas, Tancredo franziu as sobrancelhas de novo.
Era a segunda vez que lhe doeu. Na primeira vez, achava uma ilusão e não levou à sério. Mas esta vez a dor se tornou mais aguda. O médico tinha anunciado claramente há anos que ele só poderia passar a sua vida na cadeira de rodas.
Ele nunca tinha tido imaginação irreal a esse respeito, mas agora passou a ter um pouco de esperança.
Voltando para o quarto, o coração de Lucimar estava batendo rápido. Ela entrou no banheiro e limpou o rosto com água fria para diminuir a temperatura. Depois, parou em frente do espelho olhando para si.
Tancredo… tocou a sua cintura há pouco né?
Lucimar mexeu sua cintura com a mão. Ainda bem que era fina, mais ou menos como da sua vida anterior.
Espere. Na confusão há pouco, parecia que ela se sentou nas coxas de Tancredo involuntariamente. Ela não tinha vontade de provocar algo amoroso, pois as pernas de Tancredo estavam feridas.
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