Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo romance Capítulo 108

O tio, para ela, realmente desistiu do trabalho, fazendo questão de voltar da empresa para buscá-la.

Dionísia estava acostumada a ser ignorada, a ser deixada de lado.

Nunca ninguém, como o tio, havia dado tanta importância a cada pequena coisa que ela dizia.

Sávio curvou os lábios, seu rosto sempre sério ganhou um toque de ternura.

"Prometi algo a você, como poderia faltar com minha palavra?"

Foi então que Dionísia se lembrou que havia mais alguém presente.

Ela, um tanto envergonhada, levantou a cabeça do abraço do tio e disse a Juliana: "Juliana, eu vou indo, até mais."

"Até mais."

Dionísia, segurando a mão de Sávio, voltou para casa pulando de alegria.

Sávio lançou-lhe um olhar e viu seu rosto alegre, com os cantos da boca rosados erguidos em felicidade.

Ainda é uma criança, um simples dez a deixa tão feliz.

À noite, Dionísia puxou a manga da camisa de Sávio.

"Tio, vamos beber um pouco para comemorar?"

O rosto de Sávio endureceu, ele respondeu sem pensar: "Não."

"Por quê?"

"Você tem idade para beber o quê?"

Dionísia fez beicinho, insatisfeita, e começou a fazer manha, abraçando seu braço.

"Eu já tenho idade suficiente para casar, por que não posso beber? Só um pouquinho, nem pode?"

Ela sempre via na televisão, todos brindando e comemorando juntos momentos felizes.

Ela também queria experimentar.

A voz da menina era doce e suave, como a de um gatinho fazendo manha, quem resistiria?

Até um homem de coração duro como Sávio acabou suspirando sem resistência e cedeu.

"Só um pouquinho."

"Ok." Dionísia respondeu doce.

"O que está acontecendo? Estou pisando em algodão? Por que o chão está tão macio?"

Ela tentou se levantar, cambaleando, e acabou caindo nos braços de Sávio.

Dionísia tentou se levantar de seus braços, mas estava tão embriagada que mal conseguia se mover, apenas fazendo movimentos que inadvertidamente provocavam ainda mais.

Os braços firmes de Sávio a envolveram apertado, sua voz rouca e suprimida por uma aura perigosa.

"Não se mexa."

Mas uma menina bêbada não sabe como ser obediente.

Quanto mais ele dizia para não se mexer, mais Dionísia se debatia em seus braços.

A menina murmurava suavemente, sem saber o quão atraentes seus sons poderiam ser para os outros.

A respiração de Sávio tornou-se mais pesada.

Seu olhar profundo e dominador segurou seu queixo.

"Menina, se você continuar provocando, não me culpe..."