Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo romance Capítulo 21

O médico da família veio, fez um exame físico simples em Dionísia e lhe prescreveu medicamentos.

"Não se preocupe, senhor, a Srta. Campos não tem nada de grave, basta tomar um antitérmico e o senhor ficará bem."

"Hum." Sávio respondeu de forma indiferente, "Quanto à sua gratificação, darei um aviso ao Bruno para informar o departamento financeiro."

O médico rapidamente agradeceu, "O senhor é muito gentil, não há necessidade de me dar uma gratificação por tão pouco."

Ele trabalhava para a família Queiroz há tantos anos, e o dinheiro que ganhava era muito mais do que poderia esperar fora dali. Além de um salário alto, sempre recebia um bônus extra cada vez que era chamado para uma consulta.

Sávio disse friamente: "Você é leal à nossa família Queiroz, e isso é merecido."

"Sim, sim."

Após a saída do médico da família, Sávio ia chamar a babá para cuidar de Dionísia, mas ela puxou a bainha do casaco dele e disse atordoada: "tio, não vá..."

"Tome o medicamento." Sávio lhe deu um copo de água morna.

Dionísia se sentou, mas estava tão fraca que mal conseguia se manter sentada.

Sávio teve que franzir a testa e deixá-la se apoiar em seu peito.

Ele empurrou o comprimido em sua boca e encostou o copo em seus lábios, "Beba."

Dionísia bebeu a água em pequenos goles.

Depois que terminou, ela fez uma careta, "...não consigo engolir."

"Abra a boca e me deixe ver." Sávio ordenou.

O hálito dele roçou o rosto dela enquanto ele falava, quente e com coceira.

O coração de Dionísia deu um salto, e ela lentamente abriu a boca, o comprimido branco ainda repousava na ponta da língua.

"Que bobagem." Sávio detestava esse tipo de incômodo.

Frágil e grudenta, e ainda por cima cheia de problemas.

Percebendo a aversão em sua voz, Dionísia baixou a cabeça, chateada, tentando engolir o comprimido.

Mas, sem a ajuda da água, ela não conseguiu engoli-la, deixando que o amargor se dissolvesse em sua língua, fazendo-a franzir o rosto de desgosto.

O queixo de Dionísia ficou vermelho de tanto que ele a segurou, e as marcas vermelhas vivas ficaram impressas em sua pele pálida.

Seus lábios vermelhos estavam cobertos por uma mancha aquosa, brilhante e delicada.

Sávio sentiu a garganta seca e, sem pensar, bebeu um copo d'água.

Após beber, ele percebeu que era o copo que Dionísia tinha usado.

Seu rosto imediatamente endureceu, e ele colocou o copo de vidro pesadamente no criado-mudo.

"Tio Quirós, o que houve?"

Sávio limpou a garganta, a mandíbula tensa, "Nada."

Dionísia perguntou baixinho: "Tio, é porque eu sujei seu carro antes, que você está bravo?"

Se ela não tivesse mencionado, Sávio já teria esquecido o incidente.

Sujar o carro significava apenas substituí-lo por outro, para ele, não era nada demais.