Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo romance Capítulo 9

Ao ouvir as palavras de sua mãe, o coração de Dionísia esfriou pela metade, e ela, contendo a tristeza, perguntou: "Que marido? Aquele homem de quarenta e cinco anos que é manco?"

Paloma Cordeiro zombou: "Não se esqueça de que agora você é uma cega! Já é uma sorte alguém querer você, e ainda se dá ao luxo de ser tão seletiva, achando que é alguma Senhorita?"

Do telefone, veio a voz repulsiva e desagradável de um homem: "Uma estudante universitária por apenas duzentos mil reais de dote? Vocês não são um bando de aleijados, são? Sua filha é fértil, não é? Se não pode ter filhos, não quero dar nem um centavo."

Paloma mudou completamente o tom, garantindo com todas as letras: "Pode ficar tranquilo, ela ainda é virgem, com certeza vai te dar um filho saudável."

"Isso é bom de ouvir, meus pais estão ansiosos por netos, esperam ter dois em três anos. Ela é tão jovem, vai ser ótima para dormir com ela".

O coração de Dionísia doeu ao ouvir essas palavras.

Sua própria mãe estava prestes a vendê-la assim.

Se ela não tivesse encontrado o Sr. Quirós, talvez já tivesse sido encontrada por seus pais e levada de volta para ser vendida àquele homem repugnante para ter filhos.

Que vida terrivelmente sombria seria aquela.

Dionísia, segurando o celular, disse com uma voz firme: "Mãe, eu já me casei, e nunca mais voltarei para aquela casa."

Família como essa, era melhor não ter.

"O quê? Você se casou? Com quem? Quando isso aconteceu, como eu não sabia? Alô? Alô?"

Dionísia desligou imediatamente.

Paloma amaldiçoou: "Essa ingrata, criada a troco de nada! Que nojo!"

Eduardo Campos, que estava fumando, também ficou com a expressão fechada ao ouvir a notícia: "Ela te disse que se casou?"

"Claro que é mentira, quem iria querer uma cega?" Paloma duvidou.

O homem de perna manca e dentes amarelos não estava satisfeito: "Mas tinha sido combinado, me dar uma moça virgem. Se ela se estragou por aí, não quero pagar o dote!"

"Srta. Campos, por favor, não chore mais, isso é ruim para os seus olhos."

"Obrigada." Dionísia enxugou as lágrimas do rosto e se levantou com determinação.

Ela ainda precisava fazer a cirurgia, o médico tinha avisado que não era bom chorar frequentemente, pois prejudicava os olhos.

Ela já tinha superado tantas dificuldades antes, dessa vez também conseguiria.

Dionísia, com o nariz vermelho de tanto chorar, era de dar pena, uma jovem de rosto delicado e atraente.

O assistente, que andava ao lado de Sávio, tinha visto inúmeras damas da alta sociedade jogando-se sobre eles, mas nenhuma possuía a pureza e o charme desta Senhorita, tão bela quanto uma flor de lótus emergindo da água.

Uma jovem tão limpa e pura, só ela merecia o Sr. Queiroz.

Pela rua, um carro de luxo passou em frente ao hospital.