Virgindade Leiloada romance Capítulo 23

Virgínia

Olhei para o visor do meu celular, ao perceber que haviam chegado novas mensagens e conferi de quem se tratava através da barra de notificação e constatei que eram do Murilo, como já vinha acontecendo há alguns dias.

Como nos outros dias, também não me importei em responder, pois não me sentia nada bem e não estava em condições para dar atenção ou até mesmo me desgastar com as expectativas que o Murilo parecia ter sobre nós.

Mas, mesmo pensando racionalmente daquela maneira, o remetente daquelas mensagens não saia da minha cabeça e eu pensava nele em todos os momentos do dia e á noite, antes de ir dormir, era o pior momento, pois eu demorava muito a conciliar o sono, analisando todas as possibilidades e chegando à mesma conclusão sempre.

A verdade é que as diferenças entre nós eram gritantes e aquilo não era nada bom, ainda mais em se tratando das atuais circunstâncias e me joguei no trabalho, para ocupar a mente e não ficar pensando sobre o pai do meu filho.

— Como está o meu afilhado hoje? — Mariana perguntou, ao me ver entrar na loja naquela manhã e parecia estar bastante animada.

— Deixando a mamãe bastante enjoada. — Contei, tentando sorrir.

— Percebe-se que você está mal, mesmo amiga. — Mariana concordou, quando cheguei ao seu lado.

Olhamos uma para a outra com legítimo pesar, mas acabamos rindo muito do meu estado, pois eu estava descabelada e pálida, pois eu não havia conseguido manter nada dentro do estômago naquele dia, devido às fortes náuseas que estava sentindo.

Quando eu acordei naquela manhã e precisei sair correndo da minha cama para o banheiro, eu não imaginei que aquilo ainda ficaria pior, mas aconteceu e eu não consegui vir para a loja pela manhã e pedi a Mariana para que trocássemos de horário, ao que ela prontamente concordou.

Agora passava um pouco das quinze horas e eu me sentia um pouco melhor, mas afirmar que eu estava bem seria um exagero sem tamanho e eu logo cuidei de ir para a nossa pequena sala, que ficava nos fundos da loja.

A Mariana iria embora daqui a uma hora e eu pensei em tentar me recuperar do esforço que fiz para chegar até ali, pois eu me sentia realmente fraca, mas não queria dizer aquilo para a minha amiga, para não a preocupar.

Mas quando a Mariana veio até o nosso pequeno escritório para avisar que já estava indo embora, ela pareceu em dúvida e eu tentei parecer estar melhor do que realmente me sentia.

— Tem certeza de que se sente bem o suficiente para ficar na loja hoje? — Ela perguntou. — Eu posso segurar as pontas sozinha, enquanto você se adapta melhor à gestação.

Confesso que fiquei feliz em ver que a minha amiga tentava me ajudar de todas as formas que podia, mas ao mesmo tempo, fiquei mal por estar deixando a todos preocupados, pois a minha mãe não saiu do meu lado, durante todo o tempo que fiquei em casa e tampouco queria aceitar que eu saísse de casa do que jeito que estava.

Precisei chamar um táxi, pois ela não aceitou que eu pegasse ônibus do jeito que estava e somente após fazer várias recomendações, ela me deixou sair de casa.

— Esses enjôos podem durar por toda a gravidez, Mari! Não posso abandonar a nossa loja agora, quando ainda estamos conquistando o nosso espaço. — Teimei, mesmo que apenas em falar, já aumentasse a minha ânsia de vômito.

— Então, fique em casa pelo menos até você se acostumar, ou quem sabe, diminuir todo esse mal-estar que você está sentindo agora. — Ela insistiu, visivelmente preocupada.

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