Virgindade Leiloada romance Capítulo 53

Virginia

Quando o homem que estava olhando de maneira insistente para a Mariana se aproximou de nós, eu fiquei feliz por ela despertar o interesse de alguém que estava na festa da empresa do Murilo, pois isso indicava que era alguém do bem e isso era algo bom.

A Mariana nunca me disse realmente o que aconteceu na sua primeira vez, na boate, mas eu sentia que não tinha sido algo bom, como foi comigo e ela tinha ficado mais retraída depois disso.

Então, talvez aquela fosse uma boa oportunidade de conhecer um cara legal, finalmente.

Mas quando ele chegou bem próximo a nós, falando daquela maneira arrogante e cretina, eu deduzi, pela tensão que se desprendeu do Murilo, que aquele homem só poderia ser o rival do meu namorado, Ethan Constantino.

E por isso me prostrei imediatamente ao lado do Murilo, na tentativa clara de impedir que ele viesse a cometer qualquer bobagem, pois aquele Ethan parecia gostar de provocá-lo.

Mas a coisa se mostrou ser ainda mais séria agora, quando ele demonstrou dúvida sobre conhecer a Mariana e eu de algum outro lugar, pois de imediato, a memória dele e do Murilo concorrendo pelo lance mais alto, na noite do leilão, me veio à memória.

Eu me senti gelada, apenas com a possibilidade dele conseguir realmente identificar a mim e a Mariana como as duas garotas que se colocaram a leilão, pois aquilo só poderia nos prejudicar, afinal, ele era inimigo do Murilo.

— Tenho certeza de nunca nos vimos antes. — Foi a Mariana a tomar à frente da situação.

Acredito que o Murilo e eu estávamos horrorizados demais com a possibilidade de Constantino juntar as peças, que nem mesmo conseguimos responder qualquer coisa.

— Eu creio que está errada, mas eu tenho certeza de que em algum momento a memória estará do meu lado. — Ele falou de modo despreocupado, mas aos meus ouvidos aquilo foi como uma ameaça.

A Mariana e ele pareceram se encarar por toda uma eternidade, como se estivessem medindo forças e depois, com apenas um aceno de cabeça, enfim Constantino nos deixou a sós.

— O que vocês acham? — Eu perguntei, me sentindo bastante tensa.

Preferi não dizer claramente o que estava eu pensando, pois haviam outras pessoas ao nosso redor e talvez elas conseguissem ouvir o que falávamos.

— Acho que ele não demora a descobrir de onde nos conhece. — Mariana apontou.

— Então, vocês lembram dele naquela noite? — Murilo perguntou, surpreso. — Estava um pouco escuro, mas se vocês ainda assim conseguiram identificar ele, possivelmente ele também irá lembrar de vocês.

— Eu temo que sim. — Mariana concordou.

— E pensar que as demais cobras ainda nem deram o bote. — Comentei, suspirando. — Espero que elas se contenham até o final dessa festa.

Depois dessa cena, a festa perdeu totalmente o brilho, mas ainda assim, eu fiz questão de continuar no evento, para não gerar uma desconfiança ainda maior no Constantino.

Sair agora seria o mesmo que fugir e aquilo iria dar ainda mais combustível para ele descobrir o que estava julgando como sendo uma informação importante.

Eu perdi até mesmo o apetite e quando a Arlete se juntou a nós, nos dividimos em dois grupos e circulamos pela casa, tentando dar atenção igual a todos os colaboradores.

Em algum momento o Murilo também acabou ficando junto a um grupo de homens, e eu pedi licença, pois precisava ir ao banheiro, e optei por ir ao da suíte do Murilo, ao invés de usar algum dos que ficavam no piso inferior.

Quando já estava voltando de lá, e quando já estava chegando ao final do corredor, já bem próximo a escada que levava ao andar inferior, encontrei a Lavínia, que me olhou de modo bem estranho, e eu já imaginei que aquela seria a segunda batalha da noite.

— Eu preciso conversar com você. — Ela declarou.

Pensei em dizer “ espera sentada, que de pé vai cansar”, mas aquela foi apenas a minha voz interior falando, e ela era rebelde demais para entender que as coisas não se resolviam dessa maneira.

— Pode falar, que eu sou toda ouvidos.

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