Viver Para Crescer romance Capítulo 30

Beatriz

Seguimos para a cozinha e ele aponta para que eu me sente.

Me sento e o observo andar confiante pela cozinha. Me pergunto se ele sabe cozinhar ou qualquer coisa.

- Uhm, você sabe cozinhar? - pergunto.

- Deus, não. Mas sei aquecer a comida muito bem. - ele diz rindo e de seguida pisca um olho pra mim depois mete um prato de lasanha no forno.

Coro com o seu acto.

- O que está acontecendo Rafael? Porquê está agindo assim comigo? - pergunto baixo, realmente querendo entender tudo.

- Eu disse que não deixaria nada acontecer com você. Estou apenas me certificando disso. - ele diz me olhando sério e respira fundo se aproximando. - Sinto muito pelo que aconteceu. Eu não queria, perdi a cabeça, tudo ficou branco e fiquei cego pela raiva! Você me enlouquece tanto quanto me enfurece.

Ele me olha parecendo se assustar diante da sua confissão. Não digo nada, na verdade não sei o que dizer.

- Olha, sei que tudo entre nós foi foda e tal, mas, se você quiser é claro, estou disposto a tentar um ambiente amigável entre nós. Sem discussões e sem nada. Só nós. Nos entendendo. - ele diz devagar, receoso talvez?

- Tenho medo Rafael. - confesso baixinho e uma lágrima escapa dos meus olhos. - Você me magoou bastante. Mais do que achei possível. - digo e ele limpa a lágrima forasteira do meu rosto.

- Eu sei, e me arrependo profundamente por isso. Me perdoe. - ele diz e deposita um beijo na minha testa.

Sabe quando você sente que é fraca demais perante alguém? É como me sinto com Rafael. Jurei aos quatro ventos que ia superar ele e não me importar mais.

Mas aqui estou eu, derretendo por suas palavras e cogitando a hipótese.

Mas e se ele não cumprir com sua palavra? Aguentarei ser quebrada de novo?

- Você não pode simplesmente me dar chão e depois me fazer tropeçar nele Rafael. Eu não sei o que esperar de você. - digo num sussurro e ele sorri pra mim.

- Estou disposto a redimir tudo isso. Só me perdoe. Por favor. - ele diz e deposita um selinho nos meus lábios.

Nesse momento o alarme do forno toca, deixando o saber que está pronto.

Ele se afasta e coloca tudo na mesa. Tentei ajudar mas ele não me deixou colocar os talheres sequer.

O vejo servir pra mim, tentei relutar e dizer que era muito, mas ele me lançou um olhar do tipo " você vai comer tudo " e eu simplesmente me calo.

- Hmmm, realmente sabe aquecer bem. - digo divertida após engolir a primeira porção de comida por mim ingerida.

- Faço muitas coisas bem Bia, muitas coisas. - ele diz e sorri amplamente.

- Eu quero. - digo e ele me olha sem entender. - Estou disposta a tentar o que você propôs. - digo e ele sorri.

Nos dirigimos a sala assim que tomo minha medicação.

Peço e ele assente.

Um silêncio desconfortável predomina.

Ele parece notar também e decide quebrar o gelo.

- Como era sua vida antes? Quer dizer, antes da gente se conhecer, trabalhava, estudava?

- Trabalhava e estudava. Na verdade concluí faculdade em Engenharia. - digo meio desconcentrada.

- Sério? Também sou formado em Engenharia. - ele diz me pegando de surpresa, agora percebo que não sei nada sobre ele.

Ele levanta assim que ouve o celular dele tocar, acho que deixou no meu quarto e o vejo ir buscar. Observo suas costas definidas e bunda malhada durante a sua trajetória.

Porra, o Ogro tinha que ser gostoso pra caralho?

Minutos depois ele volta.. Com uma cara de poucos amigos.

- Que merda é essa de ficar trocando mensagens com Máx Castilho? - ele praticamente grita e joga meu celular no sofá.

E eu? Pisco confusa, não sei o que responder a ele.

Será que vai explodir novamente?