VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 108

Ela caminhou até a beira da cama hospitalar, Margarida sentou-se, acariciando suas unhas bem feitas.

"Então vou ter de pedir aos pais do meu genro, que são pessoas tão amáveis. Ir até o Grupo Estrela pedir pelo genro também é uma opção..."

"Como você ousa!" Lívia parou abruptamente, virando-se para encarar Margarida com um olhar afiado.

Foi justamente porque Margarida correu à Família Paiva várias vezes para pedir dinheiro, que ela se sentia cada vez mais humilhada.

Mas por que Margarida se importaria com o bem-estar da sua filha? Ela só se importava consigo mesma, rindo de maneira despreocupada.

"Você é a nobre senhora da Família Paiva, uma dama de valor inestimável. Seja obediente, entregue-me o dinheiro rapidamente e está resolvido."

Lívia sentiu um frio cortante, mas ela não podia atar as pernas de Margarida.

Lívia já havia dado a Margarida um cartão, mas o desejo insaciável de Margarida não tinha fim.

Lívia já se enfureceu, ameaçou e até implorou chorando, mas Margarida permaneceu indiferente, ela só queria todos os benefícios que pudesse obter de Lívia.

Sem dar nada a Lívia, Margarida foi até a porta da Família Paiva bloquear Salomão Paiva.

Isso aconteceu logo após ela e Samuel se casarem, foi uma situação muito embaraçosa.

Salomão a chamou até a biblioteca da casa antiga, não disse palavras duras, mas a deixou de pé a noite inteira.

Na manhã seguinte, mandou o secretário entregar-lhe um cartão, com uma mensagem.

"A Família Paiva criou você sem pedir nada em troca, mas pelo menos não manche o nome da Família Paiva repetidamente."

"Eu não estou pedindo milhões, eu sou sua mãe, mesmo não sendo a melhor, te criei até agora, qual é o problema de gastar um pouco do seu dinheiro?"

Margarida, dizendo isso, aproximou-se para puxar a bolsa de Lívia, querendo procurar ela mesma.

Lívia a empurrou com força, fazendo Margarida tropeçar, furiosa, apontando o dedo para o nariz de Lívia e xingando.

"Como ousa afastar sua própria mãe? Sua filha ingrata!"

A raiva no rosto de Lívia foi substituída por um frio desdém.

"Eu não vou te dar um centavo! Faça escândalo onde quiser, estou ansiosa pelo divórcio, se você quiser me ajudar, eu ficaria muito grata."

Ela se virou e saiu, e Margarida, lembrando-se do acordo de divórcio que caiu da bolsa de Lívia da última vez, ficou alarmada.

"Garota tola! Você não está realmente pensando em se divorciar, está? Eu não quero mais o dinheiro, isso não é suficiente? Por favor, não faça nenhuma besteira!"

Ela correu para fora do quarto do hospital, olhando furiosamente para as costas de Lívia que não se viravam.

"Neva ainda me dá dois mil reais por mês de mesada, o que há de errado em pedir um pouco de dinheiro para você?"

Lívia parou abruptamente, virando-se.

"Neva te dá dois mil por mês? Desde quando isso começou?"

Margarida mostrou-se culpada, apressando-se a dizer.

"Infeccionado?"

Samuel pensou que ela estava preocupada, seu lábio inferior se curvou levemente, mas no segundo seguinte, ele ouviu a voz fria e impaciente da mulher.

"Infeccionado é o de menos, espere até criar larvas, então me contate, eu com certeza irei correndo assistir."

Lívia disse isso sem dar a Samuel a chance de responder, desligando impacientemente.

Ela arremessou o celular, mas não demorou dois minutos, zum, zum, zum.

Ela atendeu furiosa, desta vez a voz de Samuel soava mais calma, profunda e magnética.

"Você já descobriu?"

Lívia soltou uma risada fria, "Descobri que você me fez de idiota? Não é de se admirar que eu tenha sido enganada, pessoas amaldiçoando os outros com doenças eu vejo aos montes, mas amaldiçoar a si mesmo com uma doença, essa é a primeira vez que vejo.

Sr. Paiva é tão bom ator, por que ainda é presidente? Deveria seguir carreira no entretenimento com Neva, vocês dois poderiam dominar todos os prêmios do setor!"

A voz da mulher estava repleta de raiva e escárnio, uma aspereza que não condizia com sua natureza.

"Lívia!"

Samuel, com as veias do dorso da mão saltadas de raiva, chamou-a com voz grave, e então, massageando o centro da testa, abaixou seu orgulho para persuadi-la.

"Não foi minha intenção te enganar, eu só queria que você se preocupasse comigo, que cuidasse de mim, eu quero que você volte para casa! Sou eu quem precisa de você, Lívia, nosso casamento não é brincadeira de criança!"